Economia

Produtos consumidos nas férias escolares sobem mais que inflação de 2011

postado em 06/01/2012 16:14
Os produtos mais consumidos nas férias escolares subiram 8,83% entre janeiro e dezembro de 2011, superando a inflação medida no mesmo período pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Getulio Vargas (FGV).

De acordo com pesquisa divulgada nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, os itens que mais subiram foram aqueles preferidos por crianças e adolescentes, entre os quais xarope de diversos sabores (22,37%), sorvete (16,97%), batata frita (14,13%), iogurte (11,74%) e geleia (10,25%).

Dentre os serviços, os maiores aumentos foram observados em passagem aérea (18,17%), hotel (12,35%), teatro (10,64%), clube de recreação (10%), show musical (8,01%) e cinema (7,35%). O único item da lista que apresentou deflação, entre janeiro e dezembro do ano passado, foi o pó para refresco de diversos sabores (-4,21%).

Segundo o economista do Ibre, André Braz, esse movimento de elevação de preços é comum nesse período de férias escolares, ;o que indica que existe um efeito sazonal por trás de alguns preços;.

Braz não descartou também que os aumentos refletem o próprio aquecimento da economia brasileira. ;Ainda que essa situação de aquecimento tenda a não se manter devido aos efeitos de contaminação da crise europeia, o retrato atual é de aquecimento, porque os salários estão crescendo em termos reais, isto é, descontada a inflação;.

O aumento de 14% no salário mínimo deste ano, que vigora a partir de janeiro, dará um fôlego adicional às famílias, que passam a incorporar cada vez mais esses itens das férias, considerados supérfluos, em sua cesta de consumo. Por isso, ele acredita que há, nesse período, uma procura maior por produtos e serviços que não são essenciais.

Como as férias não provocam nenhuma surpresa, na medida em que todos sabem quando elas começam e terminam, André Braz recomendou às famílias que planejem com antecedência essas despesas extras no orçamento, para evitar desconfortos. ;O ideal é fazer uma provisão do orçamento para passar melhor esse período, sem um aperto no orçamento do mês. Isso vai depender da disciplina de cada família;. Ele lembrou, entretanto, que ;quanto maior a antecedência, melhor o resultado;.

O planejamento também deve ser feito para as contas que têm de ser pagas entre janeiro e fevereiro. Como exemplo, André Braz citou o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), conselhos de classe e outras despesas desse período do ano.

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