Agência France-Presse
postado em 06/01/2012 17:35
Paris - Apesar de uma revisão para baixo de sua expectativa de crescimento em 2012, a América Latina pode converter-se em parte da solução para a crise, afirmou nesta sexta-feira o ministro chileno de Finanças, Felipe Larraín.A região latino-americana "foi parte do problema na crise dos anos 80 e ampliou a crise asiática dos anos 90, mas agora é parte da solução", num momento em que a recessão ameaça ou afeta a vários países europeus e a recuperação é muito lenta nos Estados Unidos, ilustrou o ministro.
As economias latino-americanas cresceram 4,3% em 2011 e devem crescer 3,7% em 2012, apesar da incerteza e da volatilidade mundial, segundo um relatório de dezembro passado do CEPAL.
"Apesar dos riscos importantes para alguns países mais vulneráveis, até o momento, o crescimento se manteve razoavelmente bom na América Latina e Caribe", afirmou Nicolás Eyzaguirre, diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI.
"Estamos mais preparados", disse Larraín, que participou em Paris de um encontro internacional. "Antes de tudo, temos posto a casa em ordem, com responsabilidade fiscal e déficits pequenos, ou superávits", diz.
Para o ministro chileno, uma série de fatores têm permitido preservar a América Latina da crise mais grave das últimas décadas: a alta dos preços à exportação, principalmente dos países que produzem matérias-primas, agrícolas e energia, e a consequente alta das reservas internacionais.
Outros elementos são o peso da dívida externa, que se atenuou notavelmente, e a implementação de "bancos centrais autônomos, que controlam a inflação", reduzida de três para dois dígitos no pasado e para somente um agora, disse o ministro.
Segundo o relatório do CEPAL, a inflação na região passou de 6,6% em 2010 para cerca de 7% em 2011. O relatório detalhou também as principais cifras do crescimento em 2011 na América Latina: Panamá (10,5%), Argentina, (9%), Equador (8%) Peru (7%), Chile (6,3%).
O Brasil (PIB em alta de 3% em 2011) foi destaque no final de 2011 ao consolidar-se com a sexta economia mundial, superando o Reino Unido pelo volume de seu PIB.