Agência France-Presse
postado em 10/01/2012 13:41
Copenhague - A Dinamarca rejeitou nesta terça-feira (10) o atual projeto do imposto sobre transações financeiras que tem sido discutido atualmente pelos 27 membros da União Europeia, do qual faz parte, e alertou sobre o risco de que os países a adotem por sua conta, como é a intenção da França.A proposta da taxa sobre transações financeiras na UE apresentada pela Comissão Europeia em setembro "não é muito sólida", disse a ministra da Economia da Dinamarca, Margrethe Vestager, à imprensa estrangeira.
Vestager recordou que os estudos realizados pela própria Comissão mostram que a introdução de uma taxa deste tipo apenas na Europa pode custar meio ponto no crescimento econômico do continente e "centenas de milhares de empregos" pela deslocalização das atividades bancárias e financeiras fora da UE.
"À medida em que todo mundo diz que a prioridade do momento é criar empregos, estamos muito reticentes em apoiar uma proposta que traria o efeito contrário, ou seja, reduzir o crescimento e originar significativas perdas de emprego", disse.
A proposta da Comissão, que prevê arrecadar até 55 bilhões de euros por ano com esta taxa, prevê um aumento de 0,1% para as ações e os títulos da dívida e de 0,01% para outros produtos financeiros, essencialmente os derivativos e produtos estruturados.
Contudo, as primeiras discussões entre ministros europeus de Finanças têm evidenciado profundas diferenças entre países favoráveis à taxa - como França e Alemanha - e os contrários a ela, que possuem o Reino Unido à frente.
Os tratados europeus exigem a unanimidade dos membros da UE para que ela seja posta em prática.
Nestas condições, França e Alemanha pretendem implantá-la apenas nos países do euro. Paris já disse que está disposto a começar a introduzir sozinha a taxa "para dar o exemplo".