Agência France-Presse
postado em 12/01/2012 18:38
DETROIT - A indústria europeia de automóveis precisa reduzir sua capacidade entre 10 e 20% em resposta à redução da demanda que provavelmente continuará até 2014, disse o presidente da Fiat, Sergio Marchionne."Se as demandas ficarem como estão, eu acredito que, com uma redução entre 10 a 15% da capacidade, inclusive cerca de 20% da capacidade na Europa" os fabricantes vão alcançar um nível sustentável de produção, afirmou Marchionne a jornalistas.
Ao ser questionado sobre suas previsões para a demanda de veículos na Europa, Marchionne expressou que espera que "permaneça deprimida até 2014".
Uma redução da produção deste tipo - que implicaria demissões massivas em um momento de crise na Europa- será difícil de implantar, garantiu o executivo.
"É uma discussão difícil", afirmou Marchionne durante a Feira do Automóvel de Detroit.
"Eu garanto que vai haver reações negativas dos países industrializados na Europa contra a minha sugestão", acrescentou.
As fábricas da Fiat na Itália estão operando com menos de 60% de sua capacidade, uma situação que Marchionne considera insustentável e que se reflete em outros fabricantes.
O fabricante chegou a um acordo "histórico" com os sindicatos no mês passado, o que permitiu que voltasse a levar a Itália parte da produção do modelo Panda da Polônia.
"Se for alcançado um compromisso com os sindicatos e tivermos a oportunidade de desenvolver infraestrutura para a fabricação a um ponto que possa ser competitiva frente a rivais internacionais, então vamos continuar", disse Marchionne.
"Se continuarem bloqueando o processo, e espero que não façam isso, então acredito que a Fiat não vai ter outra opção além de reduzir sua marca. É para nossa própria sobrevivência. Não temos opção", disse o presidente.
A Europa está em um ponto de inflexão em que deve decidir se vai "manter una indústria manufatureira viável", acrescentou o executivo.
Contudo, ele amenizou suas declarações afirmando que os cortes de pessoal não resolverão o problema, por considerar que é necessário que a indústria se consolide.
Marchionne disse que quer expandir a união entre Fiat e Chrysler no futuro, mas mostrou pouco entusiasmo sobre a eventualidade de associar a marca italiana com outra europeia.
Ao ser interrogado sobre uma possível aliança com a marca Opel, da General Motors, que a Fiat tentou comprar durante a crise que levou a fabricante americana a declarar a quebra tutelada pelo governo, o executivo disse que "se alguém fosse trocar fichas por dinheiro para comprar a Opel não ganharia muito".