Economia

Vendas de comércio cresce 6,8% e indica retomada

postado em 13/01/2012 08:12
O volume de vendas no comércio brasileiro cresceu 6,8%, e a receita, 10,9% em novembro passado na comparação com igual mês de 2010. Em relação a outubro, a alta foi de 1,3% tanto em volume como em receita. Todas as oito atividades do varejo pesquisadas apresentaram resultado positivo em 12 meses. O resultado surpreendeu os analistas e confirmou o prognóstico do governo de que, após ter chegado ao fundo do poço em outubro, a economia reagiria nos últimos meses do ano. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O setor de supermercados exerceu o maior impacto na composição do índice (42%), graças ao crescimento de 6,3% no período. Em seguida veio o de móveis e eletrodomésticos, com influência de 34% no resultado geral e crescimento de 12,3% em 12 meses. Em conversas com assessores, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, aposta em mais números positivos em dezembro. A previsão é de que os bons ventos continuarão até março, devido à queda do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para geladeiras, fogões e lavadoras e pelo aumento do salário mínimo para R$ 622.

Para Nilo Lopes, técnico do IBGE, a melhora no desempenho nos supermercados é o primeiro sinal de que a atividade econômica recuperou o fôlego. Ele explicou que as medidas macroprudenciais adotadas no início do ano passado para segurar a alta nos preços levaram a resultados fracos, especialmente entre abril e outubro. Com a redução dos juros e o aumento do crédito, os supermercados foram os primeiros a se beneficiar. ;É um setor que responde mais rápido a mudanças no cenário econômico;, argumentou.

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, comemorou os resultados enquanto participava de um evento da Fundação Getulio Vargas (FGV). Ele disse que o relaxamento das medidas macroprudenciais ajudará o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) a crescer de 4% a 5% este ano. A previsão do mercado, entretanto, é menos otimista. O Santander projeta um aumento de 3,5%. Fernanda Consorte, economista do banco, calculou que o desempenho deve seguir forte nos próximos meses graças ao ganho real do salário mínimo. Ela ponderou, entretanto, que a forte demanda continuará a exercer pressão sobre os preços, o que poderá levar o Banco Central a iniciar um novo ciclo de aumento de juros em 2013.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação