Economia

Bancos não chegam a acordo sobre o perdão da pesada dívida grega

Agência France-Presse
postado em 13/01/2012 16:32
Washington - Os grandes bancos credores e a Grécia não chegaram a um acordo para reduzir a pesada dívida do país europeu, informou nesta sexta-feira (13) o Instituto de Finanças Internacionais (IIF), que representa o setor bancário.

Segundo o mesmo organismo, as conversações também foram suspensas.

As discussões "não produziram uma resposta construtiva consolidada de todas as partes", disse o IIF. As negociações "foram suspensas para permitir uma reflexão" sobre as possibilidades, disse o comunicado do instituto.

O acordo proposto apontava que os bancos perdoariam cerca de 50% da dívida grega, o que equivaleria a 100 bilhões de euros (127 bilhões de dólares).

"Sob essas circunstâncias, as discussões com a Grécia e o setor oficial (público) entram em pausa para reflexão sobre os benefícios de uma abordagem", disse o texto firmado pelo diretor-geral do IIF, Charles Dallara e por Jean Lemierre, negociador representante dos bancos.

A noção de abordagem voluntária faz referência a um acordo atingido entre 26 e 27 de outubro entre os bancos e os dirigentes da zona do euro. Os credores aceitaram então renunciar a 100 bilhões de euros em bônus para evitar uma moratória da Grécia.

Alguns minutos depois do anúncio dos bancos, uma fonte próxima às negociações disse em Atenas que as conversações atravessavam um momento de tensão extrema e que as partes envolvidas "deveriam tomar consciência da grave situação para evitar o pior".

O anúncio dos bancos aconteceu horas depois de um membro do governo grego declarar que as negociações deveriam continuar na quarta-feira seguinte.

Segundo o jornal Kathimérini, os negociadores que representam o setor privado pedem um rendimento de 5% para as novas obrigações que receberão em troca de seus títulos, enquanto que a Grécia não aceita uma remuneração superior a 4%.

[SAIBAMAIS]Dallara e Lemierre se encontravam em Atenas na sexta-feira, onde se reuniram várias vezes nos últimos dias com o primeiro-ministro, Lucas Papademos, e seu ministro de Finanças, Evangelos Vénizélos.

"Esperamos realmente, pelo bem da Grécia e da zona do euro, que a primeira com o apoio da segunda, seja capaz de retomar o diálogo de forma construtiva com o setor privado, com o objetivo de resolver em definitivo a troca de dívida para ambas as partes", disseram.

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