postado em 15/01/2012 08:00
As alterações climáticas deverão centralizar os debates da Conferência Rio%2b20 e podem esbarrar em decisões sobre assuntos polêmicos no Brasil, como a construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). A Agenda 21, compromisso assinado pelos 177 países da Eco 92, no Rio, vem se consolidando e muitos governantes pensam duas vezes antes de tocar grandes empreendimentos de infraestrutura. Uma das consequências disso é o avanço recente da energia dos ventos (eólica) no país, que já tem participação significativa nos leilões de compra para o Sistema Interligado Nacional (SIN).
;O aproveitamento do potencial eólico do país é muito menor, se comparado à realidade de Estados Unidos e Alemanha, por exemplo. Mas ele já participa e amplia rapidamente sua presença como energia complementar à hidrelétrica, provocando impacto ambiental bem menor;, afirma Álvaro Araújo, diretor-geral da Energimp, maior geradora do segmento no país, com capacidade, atual e em instalação, de mil megawatts (MW) em quatro estados.
Barateamento
Na visão de Araújo, as novas tecnologias estão tornando a atividade mais produtiva e menos cara. A participação da energia eólica na matriz energética brasileira, hoje em 0,8% do total, deverá atingir 7% em 2020, prevê o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDEE), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Mas as companhias do setor querem chegar a 15% nesse mesmo prazo. Elas defendem a realização de leilões exclusivos de compra e a busca da independência tecnológica. Se as previsões do setor estiverem corretas, o barateamento será inevitável.
Além das regiões Nordeste e Sul, onde é forte a presença de ventos e usinas, estudos indicam que Minas Gerais tem um dos maiores potenciais inexplorados. ;O estado possui três Itaipus em energia eólica;, assegura Araújo.