Economia

CCR sai na frente na disputa pela concessão de aeroportos brasileiros

postado em 17/01/2012 09:18
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A Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) e a suíça Flughafen Zurich AG anunciaram o primeiro consórcio para disputar a concessão dos aeroportos de Brasília, Garulhos (SP) e Campinas (SP). A líder das estradas com pedágios no país e a operadora dos terminais de Zurique (Suíça) e Curaçao (Antilhas) têm memorando de entendimento para participarem juntas dos leilões marcados para 6 de fevereiro, na Bolsa de Valores de São Paulo (BM). Mas a decisão de competir em um ou mais certames só será confirmada em 20 de janeiro. ;CCR e Zurich vão concorrer desde que haja consenso e sem entrada de outro sócio;, disse Renato Vale, presidente da empresa brasileira.

A apresentação do consórcio só foi possível graças à decisão quase unânime da assembleia geral extraordinária (AGE) de acionistas da CCR, realizada ontem, de alterar o estatuto social da empresa para incluir a exploração de infraestrutura aeroportuária entre suas atividades. Além disso, a AGE aprovou a compra, por US$ 214,5 milhões, das participações acionárias dos dois sócios controladores da CCR ; as empreiteiras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa ; em aeroportos de Quito (Equador), San José (Costa Rica) e Curaçao.

Tráfego
A decisão de concentrar os ativos aeroportuários dos controladores na CCR também abre o caminho para a empresa disputar concessões de aeroportos no exterior, com foco na América Latina, em Portugal e na Espanha. Inicialmente, a CCR pretendia figurar como o único concorrente 100% nacional dos leilões no Brasil, capacitando-se a partir das decisões tomadas ontem pela AGE para cumprir exigências do governo. O edital publicado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em 15 de dezembro cobrava dos consórcios a presença, entre seus sócios, de um gestor de terminais com tráfego acima de 5 milhões de passageiros por ano e experiência mínima de cinco anos. A participação do operador no consórcio deverá ser de 10%.

No Brasil, o perfil exigido só é atendido pela Companhia Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), estatal que terá 49% do capital das futuras operadoras dos três aeroportos concedidos. ;Até teríamos condições de atender o edital, mas a aquisição dos ativos de Andrade e Camargo só estará concluída em dois meses, após acertos contábeis e autorizações de órgãos reguladores lá fora;, explicou Vale. Os demais candidatos aos leilões serão grupos formados no modelo de construtoras brasileiras associadas a um operador aeroportuário estrangeiro. O executivo informou que, caso seu grupo saia vencedor no país, Andrade e Camargo poderão ser contratadas para tocar obras.

A sexta-feira foi o último dia para que os consórcios encaminhassem à Anac pedidos de esclarecimento, que terão de ser respondidos até amanhã no site do órgão regulador. Os potenciais candidatos ao leilão também têm até o dia 23 para apresentar pedidos de impugnação, com resposta a serem dadas no dia 27. A apresentação de documentos para qualificação técnica e de garantias bancárias dos consórcios será feita no dia 30.


Deficit semanal de US$ 589 milhões
A balança comercial registrou um resultado negativo de US$ 589 milhões na segunda semana do ano. Segundo os números da Secretaria de Comércio Exterior divulgados ontem, as exportações ficaram em US$ 3,795 bilhões e as importações, em US$ 4,384 bilhões. A média diária das vendas externas foi de US$ 759 milhões, com expansão de 1,2% em relação a janeiro do ano passado. A média das compras ficou em US$ 876,8 milhões, numa alta muito maior, de 13,8%. No ano, o deficit acumulado chegou a US$ 694 milhões, com embarques de US$ 7,334 bilhões e desembarques de US$ 8,028 bilhões. Alguns analistas acreditam que, diante da deterioração do desempenho, o país pode ter um deficit no ano ; em 2011, houve um superavit de US$ 29,8 bilhões.

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