Detroit (EUA) ; O Brasil foi tratado por todos os executivos da indústria automobilística presentes no Salão de Detroit como top five. Não era uma gentileza à toa, para agradar: o país realmente está entre os cinco maiores países produtores e consumidores de automóveis. Vendeu em 2011, por exemplo, 3,63 milhões de unidades. Só fica atrás de gigantes como China (cerca de 15 milhões), Estados Unidos, Japão e, às vezes, Alemanha. No entanto, pouco menos de 10 dos cerca de 40 novos produtos mostrados nos 2,3 mil m; do mais simbólico salão das Américas virão para o país nos próximos meses, principalmente das fábricas locais, como Ford, General Motors e Chrysler. E boa parte vem com atraso (temporal e tecnológico). Em relação à sustentabilidade, também estamos ficando para trás: apenas dois das dezenas de veículos híbridos ou elétricos lá mostrados desembarcarão em breve, como é caso dos híbridos Jetta e do BMW Série 3. Em relação aos carros de fabricação regular, aguarde aí: você terá a opção de ter o sedã Ford Fusion ; muito mais bonito e com novas configurações de motores ; ao Chevrolet Sonic, que tomará o lugar do Corsa. Do evento realizado na capital norte-americana dos automóveis, não participam algumas montadoras tradicionais no mercado brasileiro, como as francesas. Tampouco as ascendentes chinesas ou topos de linha como a Ferrari e a Land Rover.
Preços e preços
Quando um brasileiro visita um salão automobilístico no exterior, logo vem à mente: como podemos estar ainda tão longe de merecer o que de melhor há na indústria mundial? E lembrem-se de que o Brasil já está entre os cinco maiores produtores e consumidores de automóveis do planeta... O evento em Detroit mostrou mais uma vez que há grandes diferenças de design, tecnologia e preços. A Chrysler, por exemplo, apresentou o novo Dodge Dart ; mas na versão 1.4, que vai custar apenas US$ 15.995 nos EUA, com acabamento de primeira e até 10 airbags. No Brasil, não sairia por menos de R$ 150 mil, admitem os diretores da marca. O Nissan Versa custa lá a partir de US$ 10,9 mil. O Kia Soul, apenas US$ 13,9 mil. O Fiat 500, US$ 15,5 mil.
Novo Fusion
Ele vem do México, país com o qual o Brasil mantém acordos comerciais. Com isso, deverá ter preço abaixo dos R$ 100 mil. O novo sedã da Ford tem outro atributo: o da sustentabilidade. Ele abandona o motor de seis cilindros e só passa a usar três opções de quatro cilindros. O 2.0 Ecoboos, por exemplo, é um turbinado de 204 cavalos. São dois híbridos: o comum, que vem para as nossas estradas, e o híbrido com plug-in, que não vem.
Sonic
Acaba de chegar ao mercado norte-americano. O Correio o dirigiu pelas excelentes rodovias de Detroit, na versão 1.4 turbo 140 cavalos, que não deve vir. O hatch será o primeiro a chegar às concessionárias ; e, vale lembrar, foi desenvolvido e pensado para ser global, e agradar tanto americanos quanto brasileiros ou sul-coreanos, que o planejaram. Afinal, tem 10 airbags de série (será que o nosso manterá?). Sobre a GM, outra dica: nova geração do Malibu chega ano que vem.
VW Jetta
A versão híbrida do popular sedã alemão também é fabricada no México e traz motor 1.4, turbinado, 150 cavalos, somando-se a outro elétrico de 27cv. O torque é 25,3 kgfm. Com o conjunto, sem esquecer o câmbio automático de 7 marchas, o sedã faz uma média de consumo de 19,1 km/l, garante a Volks.
Mercedes-Benz SL
A grande estrela da montadora alemã em Detroit foi o novo conversível SL, um ícone mundial. Foi realizado até um evento específico para mostrá-lo. Também, pudera: ele está sendo produzido totalmente em alumínio ; pesa até 140kg menos do que seu antecessor. Chegará no segundo semestre ao Brasil.
Mini Cooper Roadster
Os brasileiros também vão conhecer este ano (no segundo semestre) a versão conversível para dois passageiros, 5cm mais baixa que as tradicionais e com motor 1.6 (mas com potências variadas, chegando a até 208cv). É bem equipado tecnologicamente e, para variar, o preço assusta: não sairá por menos de R$ 150 mil.
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