Rosana Hessel
postado em 24/01/2012 13:13
O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo a maioria das suas projeções de crescimento das economias globais. Para o órgão multilateral, o mundo crescerá 3,3% este ano e 3,9% em 2013 e não mais 4% e 4,5% como o previsto em setembro de 2011. O maior responsável por essas correções é crise na Zona do Euro que aumenta a desconfiança sobre a capacidade dos governos em quitar suas dívidas levando a queda da classificação de risco da França, que há pouco mais de uma semana perdeu a nota AAA (triplo A) dada pela agência de rating Standard & Poor;s, e de vários países da região."Essa revisão era esperada, especialmente após os pacotes de ajustes anunciados pelos governos europeus", explica o professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite. "Acho que o FMI está pessimista, mas eles poderão revisar novamente esses números daqui a três meses e, desta vez, para cima", pondera.
O avanço do Brasil foi reduzido em 0,8 e 0,7 ponto percentual e crescerá 3% este ano e 4% no próximo, de acordo com o FMI. "Essa projeção acompanha a realidade do crescimento brasileiro. O país não tem condições de crescer mais do que isso com a atual taxa de investimento (de 19%) sem o risco de elevar a inflação", comenta. Na avaliação do professor, somente com uma taxa de investimento de 25% o país conseguiria avançar entre 4% e 5% sem aumento da inflação. A China deverá crescer 8,2% e não mais 9% este ano. Em 2013, o país asiático deverá avançar 8,8% ao invés de 9,5%.
Cenário mais sombrio
A Europa continuará em crise e crescendo muito pouco, pelas estimativas do Fundo, e Itália e Espanha são as nações entrarão em recessão profunda.
Região 2011 2012 2013
Mundo 3,8 3,3 3,9
Estados Unidos 1,8 1,8 2,2
Zona do Euro 1,6 -0,5 0,8
Alemanha 3,0 0,3 1,5
França 1,6 0,2 1,0
Itália 0,4 -2,2 -0,6
Espanha 0,4 -1,7 -0,3
Reino Unido 0,9 0,6 2,0
Economias emergentes 6,2 5,4 5,9
Rússia 4,1 3,3 3,5
China 9,2 8,2 8,8
Índia 7,4 7,0 7,3
Brasil 2,9 3,0 4,0
África do Sul 3,1 2,5 3,4
América Latina e Caribe 4,6 3,6 3,9
Fonte: FMI