Economia

Mundo pressiona Europa por medidas contra crise no Fórum Econômico Mundial

postado em 29/01/2012 08:07
Ativista de grupo feminista ucraniano protesta contra fórum de Davos, na Suíça:
Davos ; Ao prever um futuro sombrio para a Zona do Euro, os líderes políticos e econômicos, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), voltaram à carga nas pressões para que Europa tome medidas urgentes contra a crise da dívida e evite o contágio para o restante do mundo. ;Ninguém está imune à situação atual europeia, porque o mundo nunca esteve tão interconectado;, disse, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde. ;Por isso, todos têm interesse em que esta crise seja resolvida adequadamente;, reforçou.

Lagarde pediu aos líderes europeus, que se reúnem novamente amanhã em Bruxelas, para que ergam rapidamente uma barreira para evitar o contágio da crise, adaptem as medidas de consolidação fiscal à realidade de cada país e incentivem políticas de crescimento, porque, do contrário, a situação pode piorar. Mesmo os Estados Unidos e o Japão, que têm deficits fiscais maiores que o do Velho Continente, também têm feito pressões pela redução das dívidas.

O economista Nouriel Roubini, professor da Universidade de Nova York e famoso por suas previsões sobre a crise de 2008, declarou, em Davos, que ;há 50% de probabilidade de que a Zona do Euro se desintegre em três ou cinco anos;. Roubini disse ainda que a Grécia, que negocia atualmente uma perdão de pelo menos metade da dívida em mãos dos bancos e seguradoras, deverá abandonar a Zona do Euro em um ano e poderá ser seguida por Portugal.

A crise da dívida já comprometeu também os motores econômicos europeus, Alemanha e França, sendo que Paris, segundo Roubini, deve terminar na ;periferia; da Zona do Euro, independentemente do vencedor das próximas eleições presidenciais. ;As políticas de austeridade extrema adotadas pelos países com problemas para reduzir os abismais deficits orçamentários levarão a Zona do Euro para a recessão;, afirmou o economista. Para o FMI, a região entrará em recessão em 2012, com uma contração de 0,5% no PIB. A Espanha, um dos países mais atingidos pela crise, deve apresentar uma contração de 1,7% em 2012 e uma queda de 0,3% em 2013. Já a Itália cairá 2,2% em 2012, disse o Fundo.

Porto Alegre
No Brasil, no documento final do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, os movimentos sociais de todo o mundo conclamaram os ;os povos a não continuarem pagando pela crise;. Maior evento anticapitalista internacional, o encontro repudiou ;as medidas de austeridade apresentadas em pacotes econômicos que, na verdade, privatizam bens, reduzem salários e direitos, multiplicam o desemprego e exploram de maneira errônea os recursos naturais;. Cerca de 40 mil pessoas participaram da última edição do fórum, convocada para definir a posição das organizações sociais na próxima conferência da ONU Rio%2b20, que deverá exigir o comprometimento dos líderes mundiais com uma nova economia verde e social.


Brasil apela por Doha
Brasil, Índia e África do Sul, que integram o Ibas, aproveitaram a 42; reunião do Fórum Econômico Mundial, que termina hoje em Davos, na Suíça, para expressar o desejo de retomada das discussões da Rodada Doha, iniciada em 2001 na capital do Catar com o objetivo de retomar a liberalização do comércio global. Os países pediram a conclusão da rodada ;o mais rapidamente possível, com base nos progressos já alcançados;.


Spanair para de voar e lesa 22 mil
Cerca de 22 mil passageiros foram atingidos neste fim de semana com a suspensão, sem aviso prévio, das operações da Spanair, a segunda maior companhia aérea da Espanha. O último voo programado aterrissou na sexta-feira à noite. Fundada em 1986, a empresa tentava sobreviver por meio de uma aliança com a Qatar Airways, que não foi formalizada. Antiga filial da escandinava SAS, no início de 2008 a Spanair passou para o controle de acionistas espanhóis, entre eles órgãos públicos da região da Catalunha. Em janeiro de 2011, recebeu um empréstimo de emergência de 10,5 milhões de euros das autoridades autônomas catalãs. O governo espanhol anunciou ontem que notificou a Spanair sobre a abertura de um processo que prevê sanções que podem chegar a 9 milhões de euros.

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