Economia

Crise na Europa é o principal perigo para China, mostra relatório do FMI

Agência France-Presse
postado em 06/02/2012 18:13
Washington - Um agravamento da crise econômica na Europa é o principal perigo para a China, cuja economia continua dependendo da demanda mundial, disse nesta segunda-feira (6) um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"A economia mundial está em um estado precário e os riscos foram incrementados substancialmente. O mais destacável é a intensificação da espiral negativa entre as pressões pelo financiamento dos estados e os bancos na zona do euro", disse o FMI em seu relatório sobre a China.

"Caso o risco de volatilidade financeira proveniente da Europa se materialize, o crescimento da China seria comprometido", afirmou.

Segundo o FMI, na pior das hipóteses, o crescimento global poderia ser reduzido em 1,75 ponto percentual com relação ao cenário estimado e o da China poderia recuar em cerca de 4 pontos percentuais.

O FMI aposta em um crescimento de 8,3% este ano para a segunda economia mundial, um dos mais elevados do mundo.

"A debilidade das perspectivas externas ressalta a importância de se acelerar as transformações da economia chinesa para reduzir sua vulnerabilidade aos caprichos da demanda mundial", disse.

O organismo internacional sugeriu medidas como o corte do imposto das folhas de pagamento e do imposto ao consumo (IVA), a subvenção das compras de bens duráveis, a concessão de vantagens fiscais para as companhias que reduzirem suas emissões, ajudar as pequenas e empresas médias e melhorar a proteção social.

"A China adotou algumas medidas de impulso, incluindo a apreciação da moeda local, investimentos em proteção social, uma expansão da cobertura para idosos e enfermos, um aumento do salário mínimo e começou um incremento dos custos de produção (em particular da energia)", disse o FMI.

Contudo, agora são necessários esforços mais importantes para aumentar a renda e descolar a estrutura de crescimento das exportações e do investimento ao consumo", disse.

Em seu relatório, o FMI não realizou uma avaliação sobre o nível das taxas de câmbio do yuan, que muitos estados membros consideram como excessivamente desvalorizado. A instituição constatou que a moeda local foi apreciada em 6% em 2011 em termos reais.

Em um relatório sobre a economia chinesa publicada em julho, o FMI estimou que a moeda chinesa estava desvalorizada entre 3% e 23% segundo o método de cálculo. O FMI deve atualizar este dado em abril.

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