Economia

Saída de Zoellick do Bird abre processo para buscar seu substituto

Agência France-Presse
postado em 15/02/2012 19:10
Washington - O processo de sucessão foi aberto nesta quarta-feira (15) para o posto de presidente do Banco Mundial (Bird), depois que o atual titular Robert Zoellick anunciou que deixará o cargo ao final de seu mandato no dia 30 de junho, e a tradição pede que seu sucessor seja outro americano.

"Chegou o momento de passar para outra coisa e escolher uma nova direção", indicou Zoellick, de 58 anos, em um comunicado.

O ex-funcionário do governo de George W. Bush e ex-assessor do Goldman Sachs foi o décimo primeiro americano a ocupar o cargo, que apenas foi exercido por homens.

Os Estados Unidos não deram sinal algum a respeito da possibilidade de liberar o posto para que seja ocupado por outro país. Segundo uma fonte ligada ao Banco Mundial, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e a secretária de Estado, Hillary Clinton, são possíveis candidatos.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, se negou a fazer comentários ao ser consultado nesta quarta-feira sobre a possibilidade de Hillary ou do ex-secretário do Tesouro Lawrence Summers ocuparem o posto.

Em virtude de um acordo tácito, os Estados Unidos monopolizam o posto com o apoio da Europa, em troca do seu apoio para que os candidatos do Velho Continente fiquem com a chefia da instituição irmã, o Fundo Monetário Internacional.

Duas renúncias em meio a escândalos nas instituições criadas após os acordos de Bretton Woods não foram suficientes para colocar em questão esse acordo entre Europa e Estados Unidos.

Nem a saída de Paul Wolfowitz do Banco Mundial em 2007, após ser acusado por ter favorecido a ascensão de sua companheira na instituição, nem a renúncia do francês Dominique Strauss-Kahn à chefia do FMI em 2011, após ter sido preso em Nova York sob as acusações de agressão sexual, mudaram essa tradição.

Strauss-Kahn foi indiciado nesse caso, que segue tramitando na justiça civil.

Organizações não-governamentais que criticam o FMI e o Bird iniciaram nesta quarta-feira uma campanha para que o posto vago seja ocupado por um país emergente. Após a saída de Strauss-Kahn, em 2011, uma iniciativa semelhante não impediu que sua compatriota, a francesa Christine Lagarde, assumisse o comando do FMI.

O BM publicou em 2011 um documento de duas páginas sobre o procedimento para nomear seu presidente, descrevendo o processo como "aberto, fundado nos méritos e na transparência".

O processo se assemelha ao do FMI. Os candidatos devem ser apresentados pelos Estados membros, depois a lista é reduzida a um máximo de três pelo Conselho de Administração. O Bird, instância de 25 membros, onde cada delegado representa um país ou um grupo de países, continua sendo dominada amplamente pelos europeus em número de votos e pelos ocidentais, segundo os direitos de votos.

Com isso, o presidente deve ser eleito por consenso ou pela maioria simples dos votos. É quase impossível que um candidato apoiado por Estados Unidos e Europa seja derrotado.

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