Paulo de Tarso Lyra
postado em 16/02/2012 08:16
À exceção de parlamentares do PT e do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) ; que esperava um corte menor do que os R$ 55 bilhões anunciados na tarde de ontem ;, a tesourada no Orçamento não caiu bem no Congresso às vésperas do carnaval. Se, durante a reunião do Conselho Político com a presidente Dilma Rousseff, na terça-feira, o líder do PMDB Henrique Eduardo Alves (RN) havia indagado se os parlamentares poderiam ir felizes para a folia, a resposta da equipe econômica de ontem mostrou que não. ;Nós já aprovamos a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União justamente para o governo ter mais flexibilidade. E eles ainda cortam nossas emendas?;, reclamou o líder do PSD na Câmara, Guilherme Campos (SP).O corte foi linear. Todas as emendas parlamentares acrescentadas ao Orçamento foram bloqueadas. No decorrer deste ano, caberá à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, negociar com os ministérios para ver o que pode ser liberado. ;Nós negociamos com todas as pastas, não sem alguns ranger de dentes;, brincou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), reconhece que não terá tempos fáceis pela frente. ;Isso sempre gera estresse. Mas o Congresso Nacional demonstrou ao longo do ano passado que tem responsabilidade;, apostou o líder petista.
Peça de ficção
Guilherme Campos, neoaliado do governo federal e que até o ano passado era da oposição do DEM, lembrou que o orçamento de 2012 foi aprovado pelo Congresso por unanimidade em dezembro e sancionado pela presidente sem vetos. ;Agora, um corte desse. O orçamento é para valer ou é uma mera peça de ficção?;, questionou. Para o ex-líder do PSC na Câmara, Hugo Leal, a notícia ruim de ontem já havia sido sinalizada na reunião do Conselho Político. ;A presidente Dilma participou do encontro ao lado do ministro Guido Mantega. Quando ela chega com o Guido, nunca é para dar notícia boa;, ironizou o parlamentar fluminense.
A matéria completa você lê na edição impressa desta quinta-feira (16/2) do Correio Braziliense.