Agência France-Presse
postado em 21/02/2012 14:43
Bruxelas - O representante dos credores privados da Grécia, Charles Dallara, disse nesta terça-feira (21/2) que confia no êxito do perdão da dívida grega através de uma participação voluntária, sem que a Grécia tenha que recorrer à pressão. Contudo, de acordo com Dallara, presidente do Instituto Internacional de Finanças (IIF), e outro representante dos credores, o banqueiro do francês BNP Paribas, Jean Lemierre, é responsabilidade do governo grego determinar como será obtida a taxa de participação acordada para o intercâmbio.Dallara, por sua vez, reconheceu que não respeita "o princípio" de introduzir cláusulas de ação coletiva de maneira retroativa. "É uma ideia muito pouco sedutora", afirmou. Segundo Michael Kemmer, diretor da Federação alemã de Bancos Privados (BdB), as instituições de crédito têm se preparado nos últimos meses para um perdão de parte da dívida grega e por isso a participação sobre uma base voluntária não deve gerar maiores problemas. "As perspectivas gregas só poderão melhorar se todos trabalharem na mesma direção", disse.
O Ministério grego de Finanças anunciou na terça-feira que apresentará "rapidamente" um projeto de lei no Parlamento para fixar cláusulas de ação coletivas (CAC) em seus títulos da dívida. Estas cláusulas figurarão na maioria dos títulos da dívida estatais e permitirão ampliar uma proposta aceita ao menos por uma proporção pré-determinada de credores no conjunto de possuidores de títulos da dívida. Esta lei "servirá para a aplicação, caso seja necessário, da transação do ;PSI; (plano de troca destinado aos credores privados), para conseguir as taxas de participação antecipadas pelo acordo da reunião europeia de 27 de outubro de 2011", disse o ministério.
A Eurozona finalmente aprovou, nesta terça-feira de madrugada, um novo plano de resgate para a Grécia, que poderá totalizar 237 bilhões de euros, mas ainda assim não foi capaz de entusiasmar os mercado nem diminuir sua cautela em relação ao país heleno. "Alcançamos um acordo amplo que inclui uma ajuda pública e um perdão da dívida sem precedentes dos bancos credores do país, destinados a garantir o futuro da nação na zona do euro", declarou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, à imprensa. "Esse pacto garantirá a permanência de Atenas na zona do euro", completou ele após a reunião de quase 13 horas dos 17 ministros de Finanças da Eurozona. O acordo obtido reduzirá a dívida grega a 120,5% do PIB em 2020, disse uma fonte europeia.