Economia

Misteriosas contas de deputados gregos no exterior causam polêmica no país

Agência France-Presse
postado em 24/02/2012 18:14
Atenas - O ministro grego de Finanças, Evangelos Venizelos, anunciou na sexta-feira (24) que comunicará ao Parlamento o nome dos deputados que tiraram da Grécia importantes quantias de dinheiro à luz da polêmica suscitada por um parlamentar que enviou ao exterior um milhão de euros.

Venizelos afirmou que a lista de deputados que enviaram quantias superiores a 100 mil euros para contas no exterior em seu nome ou de parentes será comunicada nos próximos dias à comissão parlamentar de controle fiscal dos deputados.

"Se for demonstrado que houve transferências por políticos", estes "serão convocados a dar explicações à comissão parlamentar adequada", disse o ministro no Parlamento.

Contudo, o ministro se negou a revelar o nome dos infratores antes de que tenham sido interrogados pela comissão parlamentar.

A imprensa local especula há dois dias sobre a identidade de um deputado que teria retirado do país um milhão de euros para colocá-lo em contas no exterior.

É o que afirma o presidente da autoridade independente da luta contra a lavagem de dinheiro que, por causa da confidencialidade, se recusa a revelar o nome do parlamentar em questão sem autorização do Parlamento.

Ao mesmo tempo, o governo pede aos gregos que mantenham suas economias em bancos do país em meio à tormenta financeira.

A brigada financeira (SDOE) abriu uma investigação para verificar estas denúncias e garantir que estas quantias tenham sido declaradas.

A Suíça bloqueou cerca de 160 milhões de euros depositados por um influente homem de negócios grego em uma sociedade financeira de Zurique a pedido da Grécia, que agora tem 90 dias de prazo para enviar uma comissão rogatória para reclamar esse dinheiro.

Segundo Venizelos, mais de 65 bilhões de euros saíram dos bancos gregos desde 2009, dos quais 16 bilhões de euros foram depositados no exterior: 32% no Reino Unido e 9% na Suíça.

Uma das fragilidades da Grécia, que possui uma dívida gigantesca e beira a suspensão dos pagamentos, é seu poroso regime de arrecadação fiscal.

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