postado em 01/03/2012 13:06
O governo publicou nesta quinta-feira, no Diário Oficial, decreto que eleva o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos no exterior. Preocupado com excesso de dólares que chega ao Brasil por meio de captações de empresas brasileiras lá fora, onde o juros dos financiamentos são extremamente reduzidos, o Ministério da Fazenda criou essa nova trava.Antes, o governo já tributava as operações do tipo com prazo de 720 dias, ou seja, para não pagar imposto, o dinheiro tinha de ficar no país por pelo menos dois anos. Com as novas regras divulgadas hoje, o capital tem de permanacer em solo brasileiro por pelo menos três anos. A medida também foi adotada como forma de se atencipar a enxurrada de dólares que deve migrar para o Brasil depois que o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que emprestará 529 bilhões de euros a instituições financeiras do continente.
Todo esse dinheiro, entretanto, não deve chegar ao bolso do consumidor, as instituições tendem a procurar investimentos seguros, a exemplo dos títulos públicos de países emergenes, que pagam os maiores juros do planeta. A despeito da medida, a cotação do dólar, durante a manhã, ignorou a vontade do governo e operava em queda de 0,37% até às 12h30 desta quinta-feira, cotada a R$ 1,713.
O decreto do governo, na avaliação de especialistas, serviu apenas para amenizar a queda da divisa norte-americana frente o real, já que comparado a outras moedas o tombo do dólar foi mais acentuado: ante o iene, o recuo é de 1,02%, comparado ao euro, 1,03%. Apesar da queda do dólar frente ao real na primeira metade do dia, a cotação pode virar até o término do pregão, assim que o mercado absorver a medida por completa. Não se descarta também a entrada do Banco Central no mercado para enxugar excesso de liquidez.