Reflexo do aumento da participação feminina no mercado de trabalho, ganha força a opinião de que a hora certa para tornar-se mãe depende, necessariamente, do sucesso profissional. São pessoas que consideram maternidade e carreira duas palavras inconciliáveis, pelo menos durante uma fase da vida ativa. Como a competitividade é alta em grande parte das profissões, a gravidez acaba ficando para depois.
Ter filhos só depois de virar gerente de marketing é o pressuposto definido pela publicitária Verônica Couto, 28 anos, funcionária de um shopping center na Asa Norte. ;Meu marido é sete anos mais velho e, por ele, eu já estaria grávida, mas combinei um prazo de cinco anos para conseguir mudar de função;, conta a jovem, que também pretende cursar, nesse período, um mestrado em comportamento do consumidor. Atual coordenadora de marketing do centro comercial, Verônica desconfia da possibilidade de harmonizar a chegada de um filho com a rotina que leva: ;Vai ser dividido, o bebê terá 70% do tempo;.
Essa sensação de cisão é normal, de acordo com a coach para gestantes Thirza Reis Sifuentes. ;Em alguns momentos, a impressão de não dar conta desespera. A primeira dica é saber que é possível. A segunda, otimizar o tempo e reorganizar a rotina;, orienta a especialista, que ressalta: nada de tentar ser onipotente. ;A síndrome da ;mulher maravilha; assola muita gente na nossa época, pois nós adquirimos novos papéis na esfera pública, mas não abdicamos do privado. Então, há uma exigência enorme;, diz.
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