postado em 06/03/2012 13:44
Rio de Janeiro - O desempenho da agropecuária brasileira, que cresceu 3,9% e foi o principal impulsionador da economia do país em 2011, foi puxado pelo aumento de produtividade e pela elevação das exportações de alimentos, principalmente para a China. A avaliação é do vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Joel Naegele.Para ele, os dados confirmam que o setor está em expansão e não foi afetado pela crise europeia, como ocorreu com a indústria.
;A maior necessidade do mundo por alimentos, principalmente no caso da China, que continua comprando, impulsiona o setor porque poucos países do mundo têm a capacidade de produção de alimentos como o Brasil. Com a indústria aconteceu o inverso. Com a supervalorização do real, as exportações diminuíram muito. As pessoas não deixam de comer, mas podem deixar de comprar uma roupa, um brinquedo, ou protelam essa compra;, explicou.
Ele também citou os avanços tecnológicos, graças principalmente a estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que permitem aumentar a produtividade no campo.
;Cada vez o produtor precisa de menos terra para produzir graças aos avanços tecnológicos, à descoberta de sementes, por exemplo. O Brasil está aumentando a produção sem precisar aumentar a área;, acrescentou.
Na avaliação de Naegele, o setor vai continuar impulsionando o PIB brasileiro nos próximos anos.
De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (6/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado da agropecuária foi influenciado pelo aumento da produção de algodão, fumo, arroz, soja e mandioca, apesar das quedas nos plantios de cana-de-açúcar, café e trigo.
Os outros setores que compõem o PIB sob a ótica da produção tiveram aumento de 1,6% no caso da indústria, e de 2,7% no dos serviços.
A economia brasileira teve expansão de 2,7% no ano passado, depois de uma alta de 7,5% em 2010.