postado em 12/03/2012 13:52
Rio de Janeiro ; A nova medida do governo federal para conter a valorização do real ante o dólar é positiva mas não deve surtir grande efeito, segundo Armando Castelar, pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV). Decreto publicado nesta segunda-feira (12/3) no Diário Oficial da União eleva de três para cinco anos a cobrança de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas liquidações de operações de câmbio contratadas a partir dessa data, para ingresso de recursos no país (empréstimos externos).Com a medida, o dinheiro externo precisará ficar cinco anos no Brasil para evitar a taxação de 6% do IOF. No dia 1;, o governo já tinha elevado o prazo, de dois para três anos, depois de, em 2011, ter aumentado de um para dois anos.
;A medida, em si, de aumentar o prazo para incidência de IOF contribui, no sentido em que penaliza um pouco a entrada de capitais de prazo mais curto e em que torna a aplicação menos líquida, mas eu entendo que o efeito efetivo será pequeno. As empresas acabam entrando com esse dinheiro na forma de investimento direto ou fazendo operações que deem alguma triangulação;, disse.
Castelar também acredita que a medida surtirá pouco efeito porque ;as condições de liquidez internacional ajudam a entrada de capitais (no Brasil) e colocam mais pressão no sentido de que o real se torne uma moeda mais forte;.
Segundo o pesquisador, a medida do governo reflete uma preocupação ;correta; de evitar a supervalorização do real ante o dólar, já que isso prejudica as exportações brasileiras e, consequentemente, a indústria nacional.