Economia

OMC confirma ação contra China por restrições à importação de terras-raras

Agência France-Presse
postado em 13/03/2012 09:54
Bruxelas - A União Europeia (UE) se uniu nesta terça-feira (13/3) aos Estados Unidos e Japão em uma demanda na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a China por suas restrições à exportação de terras-raras, usadas em produtos de alta tecnologia.

A nova ação segue uma disputa da UE com a China sobre a exportação de matérias-primas que terminou com decisão a favor dos europeus. "As restrições da China sobre as terras-raras e sobre outros produtos violam as normas internacionais do comércio e devem ser suprimidas", afirma o comissário de Comércio da UE, Karel De Gucht, em um comunicado.

A China é o maior produtor mundial de terras-raras, os 17 metais indispensáveis para fabricar produtos de alta tecnologia, utilizados dos mísseis aos telefones celulares, passando pelos veículos elétricos e usinas eólicas. A vontade de Pequim de controlar as exportações de terras-raras provocou uma onda de protestos no exterior. Quase 97% da produção destes metais procede da China, que dispõe de um terço dos recursos mundiais e onde a extração provoca graves danos ao meio ambiente e aos moradores.

Esta não é a primeira vez que a OMC tem que decidir uma disputa sobre terras-raras com o gigante asiático, segunda maior economia mundial. Ano passado, a organização com sede em Genebra condenou a China por uma demanda apresentada em 2009 pela UE, Estados Unidos e México contra as restrições impostas às exportações de nove matérias-primas essenciais para a indústria europeia. "Apesar do precedente, a China não fez nenhum esforço para suprimir as restrições à exportação. Isto não nos deixa outra escolha", destacou De Gucht.

Antes da apresentação oficial da demanda, o ministério chinês das Relações Exteriores alegou que as cotas impostas por Pequim às exportações cumprem as regras da OMC. "As cotas foram estabelecidas para proteger o meio ambiente e permitir o desenvolvimento sustentável", afirmou o porta-voz do ministério, Liu Weimin.

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