Agência France-Presse
postado em 13/03/2012 14:52
Pequim - A China, que registrou em fevereiro um déficit comercial sem precedentes devido em parte a suas importações de petróleo, tem ampliado seus investimentos em energia renovável, tentando compensar a estagnação de programa nuclear depois do desastre na usina de Fukushima no Japão.As importações de petróleo da China se elevaram no mês passado para 23,64 milhões de toneladas, a um custo de 19,470 bilhões de dólares.
No ano passado, as importações de petróleo representaram 57% do consumo chinês, e para este ano estão previstos 60% de participação no total importado, segundo a página na web do Diário do Povo. "O consumo de petróleo chinês aumentou 35% desde janeiro de 2010, mas ao preço a ser pago por ele quase dobrou", disse nesta terça-feira Alaister Chan, economista da Moody;s Analytics.
O carbono, abundante no subsolo chinês, continua sendo a pricipal fonte energética do país, mas Pequim quer desenvolver em grande escala a eletricidade hidroelétrica mediante a construção de represas e mais recentemente plantas solares e eólicas. Insaciável consumidora de energia, a segunda economia mundial ocupa um lugar predominante no mundo por estas duas energias renováveis.
Os produtores americanos de painéis solares acusam seus competidores de beneficiarem-se de subsídios e financiamentos vantajosos, assim como de mão de obra barata. "Não pensamos em nos beneficiar de subsídios indevidos", declarou à AFP Edwin Huang, vice-presidente encarregado do marketing da Suntech, o maior produtor chinês de painéis solares, sediado em Wuxi (leste). "Esperamos que isso não gere uma guerra comercial. Não seria bom para ninguém", disse ele.
Huang, no entanto, reconhece que sua empresa participa da guerra de preços. "No longo prazo, os preços baixos são positivos para todo o mundo. Nosso objetivo é que mais gente use a energia solar. É uma questão de volume", reconheceu.
A China começou no ano passado a garantir o preço aos produtores de eletricidade de origem solar, cujo custo continua sendo superior ao gerado pelo carbono e pelo petróleo.
Os produtores chineses esperam poder aumentar suas vendas na China enquanto que vários países europeus como Grã-Bretanha, França e principalmente Alemanha têm reduzido recentemente os preços garantidos a seus produtores.
No setor eólico, a China confirmou no ano passado seu posto de maior potência mundial, alcançando uma capacidade de 62,7 GW em 2011, volume 40% superior ao de 2010, segundo um estudo da Associação Mundial de Energia Eólica, publicado no mês passado.
Segundo um roteiro estabelecido em outubro pela Comissão Nacional para Desenvolvimento e Reforma, a agência de planejamento chinesa, a capacidade eólica do país passará para 200 gigawatts em 2020, e para 1.000 GW em 2050, para cobrir 17% de suas necessidades energéticas.