Economia

Fiesp prevê estagnação na oferta de empregos,apesar da atuação da indústria

postado em 13/03/2012 17:18
São Paulo ; Nos dois primeiros meses deste ano, a indústria de transformação paulista criou 4,5 mil vagas no mercado de trabalho, o que significa um aumento de 0,18% sobre o primeiro bimestre de 2011. A expansão foi concentrada no setor sucroalcooleiro, que, isoladamente, ampliou a contratação em 6,6 mil ante a eliminação de 2,1 mil empregados, na média dos demais setores.

Em fevereiro, de um total de 22 setores, dez efetuaram cortes, nove ampliaram vagas e três mantiveram o número de empregados, quando compara-se o resultado com o de janeiro. Entre os que fecharam postos de trabalho, está a indústria automotiva, que demitiu l,3 mil trabalhadores.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (13/3) pelo diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini. Ele vê com ceticismo o futuro do setor no curto prazo e prevê estagnação na oferta de empregos, em decorrência dos efeitos da crise na Europa e do desaquecimento da economia norte-americana no mercado global.

Pelas projeções da Fiesp, o nível de emprego deverá ficar em torno de 0,2% ao longo do ano. De acordo com Francini, as empresas estão com número de empregados além do que necessitam. Ele enfatizou que ;não existe um país que dê certo sem contar com indústria de transformação;, lembrando que, nos últimos anos, no Brasil, a indústria vem, gradativamente, perdendo a sua participação no Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, a proporção passou de 25%, nos anos de l980, para 14,6%, no ano passado.

O economista reconheceu, porém, que algumas medidas tomadas pelo governo brasileiro favorecem o setor como, por exemplo, as que visam conter a desvalorização do dólar. Ele, no entanto, acredita que novas brechas para a entrada da moeda no mercado poderão ser utilizadas já que existe muita liquidez nos mercados lá fora, e a situação dos investimentos financeiros no Brasil é atrativa.

Quanto à desoneração da folha de pagamento como estímulo, ela só seria bem-vinda, na avaliação de Francini, se as empresas não tivessem que compensar a perda dessa arrecadação fiscal com o recolhimento de uma parte do faturamento, como quer o governo. Ele acredita que acordos nesse sentido não deverão vingar.

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