Madri - A redução ao fim de 2012 do déficit público espanhol a 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB) é um "objetivo irrenunciável", afirmou o chefe de Governo Mariano Rajoy, ao defender o orçamento de 2012 do país, que prevê um ajuste de 27,3 bilhões de euros. O governo da Espanha aprovou na sexta-feira (30/3) o projeto de orçamento de 2012 para reduzir o déficit de 8,5% em 2011 a 5,3% do PIB em 2012, como Madri se comprometeu com a União Europeia. O país tem uma taxa recorde de desemprego na UE, de quase 23%.
A administração central deverá gerar 27,3 bilhões de euros, entre os cortes orçamentários, que afetarão principalmente os ministérios, e as altas de impostos. A maior parte dos analistas calculava que a Espanha deveria efetuar um ajuste de 50 bilhões de euros, tendo em conta a recessão que pode reduzir o PIB espanhol em 1,7% este ano. O resto do esforço deverá ser feito pelas regiões e pelos municípios, cuja saúde financeira é frágil desde o estouro da bolha imobiliária de 2008.
As 17 regiões espanholas, que gozam já de uma ampla autonomia, terminaram o ano de 2011 com um déficit de 2,94% do PIB espanhol. O governo prevê para 2012 uma meta de 1,5%. Mariano Rajoy, que chegou ao poder ao final de dezembro após sete anos de gestão socialista, defendeu os cem primeiros dias de seu governo afirmando "ter efetuado já muitas reformas, que produzirão seus efeitos no futuro".
Rajoy disse que nos três próximos meses "poremos em marcha o processo de reforma dos serviços públicos" e será pedido aos dirigentes locais para que "eliminem as duplicidades que existem entre Comunidades autônomas e locais", com a finalidade de racionalizar seu funcionamento.