Agência France-Presse
postado em 05/04/2012 15:16
O Brasil destacou nesta quinta-feira (5/4) o compromisso do candidato americano à presidência do Banco Mundial, Jim Yong Kim, com a reforma do organismo, mas disse que espera um acordo com os BRICS para definir seu apoio a um dos três aspirantes ao cargo.O ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebeu Jim Yong Kim em Brasília e afirmou que ambos concordam com a ideia de uma reforma do Banco Mundial que dê maior representatividade às economias emergentes e de que o próximo chefe da entidade deve ser eleito por mérito e não por nacionalidade.
"Não importa a nacionalidade - do candidato - mas deve ser qualificado. E ele está se comprometendo com as reformas do organismo que darão mais representatividade, mais espaço, mais voz aos países emergentes", ressaltou Mantega à imprensa no fim do encontro.
Além disso, o candidato dos Estados Unidos "tem excelente currículo. É um homem que tem experiênica nas questões relacionadas aos países pobres e países emergentes menos desenvolvidos (...) Não nos resta a menor dúvida de que ele tem uma boa experiência", argumentou.
No entanto, "o Brasil não tem uma posição porque ainda não falamos com outros candidatos e estamos trabalhando para que os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) tenham uma decisão comum", informou o ministro.
Os Estados Unidos sempre tiveram seus representantes na presidência do Banco Mundial por uma tradição que dava ao mesmo tempo a chefia do Fundo Monetário Internacional a um europeu.
Aspiram também à presidência do banco a ministra nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala e o ex-ministro colombiano José Antônio Ocampo.
Mantega adiantou que o Brasil definirá seu posicionamento "ao final da próxima semana".
Yong Kim visitou o Brasil, a sexta economia do mundo, em uma viagem por América Latina, África e Ásia, em busca de apoio para sua eleição.Os outros candidatos não têm nenhum encontro previsto com as autoridades brasileiras, de acordo com Mantega.
A eleição do sucessor do atual presidente, Robert Zoellick, está prevista para este mês.Jim Yong Kim, de 52 anos, médico e antropólogo de origem sul-coreana, é reitor da Universidade de Dartmouth (nordeste dos Estados Unidos). Também foi diretor do programa de Aids na Organização Mundial da Sáude (OMS).