O mercado de consumo brasileiro explodiu com o crescimento do mercado de trabalho e da massa salarial que contemplou 40 milhões de pessoas e as transformaram em consumidores exigentes. Mas esse contingente não tem sido tratado à altura de seu poder econômico. Uma pesquisa feita pela Plano CDE concluiu que a nova classe média brasileira é bastante desejada, porém ainda muito mal atendida pelo varejo. Com a remuneração representando metade do total dos ganhos das classes A e B, as classes C, D e E reúnem um exército de 157,5 milhões de pessoas ; ou 85% da população e 47% da renda nacional.
A coordenadora da estudo, Luciana Aguiar, diz que, mesmo com o aumento de renda, as empresas não acompanharam os anseios do pelotões da base da pirâmide social ao dispensarem a eles padrões de atendimento criticáveis. O índice de insatisfação sobe na medida em que cai o nível de renda. Enquanto 40% dos mais endinheirados (classe A) reclamam da má qualidade do tratamento recebido nas lojas, as queixas quanto ao descaso sobem para 42% entre os integrantes da classe B; 48% na C, a nova classe média; 51% na D; e 56% na E.