Economia

Crise econômica é a maior ameaça à saúde no planeta, alerta CNS

postado em 07/04/2012 15:02
A crise econômica internacional e a consequente diminuição de gastos públicos na saúde devem ser a principal preocupação da humanidade hoje (7), data que marca a passagem do Dia Mundial da Saúde. A avaliação é diretor do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Francisco Batista Júnior, em entrevista ao programa Revista Brasil.

;A maior ameaça [à saúde no mundo] é o momento político. Em função de uma crise estrutural, a saúde está cada vez mais ameaçada pela possibilidade de ser transformada única e exclusivamente em mercadoria e não tratada como direito do ser humano;, opinou Batista Júnior, que foi presidente do CNS em dois períodos - de 2003 a 2005 e de 2006 a 2009.

A crise econômica diminui a oferta de emprego em outros países e restringe as fontes de financiamento baseadas em descontos nos salários para custeio de seguridade social. O diretor do CNS diz que se preocupa, especialmente, com a situação dos países europeus que, em função de problemas de orçamento do Estado, estão diminuindo o alcance das políticas de bem-estar social.

Para ele, o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), em tempos de crise internacional, é um trunfo brasileiro. ;A reforma sanitária que levou ao SUS foi pensada na lógica da saúde sendo um direito universal das pessoas; como direito inalienável e inquestionável e não um bem a ser vendido do mercado;, defendeu.

De acordo com o especialista, o SUS ;é o maior responsável pela melhoria da qualidade de vida do Brasil;. Antes do sistema (previsto na Constituição de 1988), o país padecia com ;diversas moléstias; e hoje tem uma ;situação sanitária de mais qualidade; e ;com acesso a tecnologias de última geração;, ressaltou.

O presidente do CNS reconhece, no entanto, que o SUS não foi implementado integralmente. ;Está em desacordo com o que diz a legislação e a Constituição Federal;, disse fazendo referência ao ;subfinanciamento; e às ;lacunas graves na prevenção;.

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