Agência France-Presse
postado em 10/04/2012 15:00
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) sugeriu nesta terça-feira (10/4) que os Estados Unidos tomem como exemplo o bem sucedido plano do governo de Franklin Roosevelt na década de 1930 para combater a crise imobiliária e o endividamento das famílias. Em um trecho do relatório "Perspectivas Econômicas Mundiais", intitulado "A Gestão da Dívida das Famílias", o FMI comparou a política contracíclica implementada durante a Grande Depressão com os esforços realizados pelo governo do presidente americano, Barack Obama.Segundo o Fundo, os programas lançados há três anos pela administração americana para ajudar aos devedores imobiliários em dificuldades obtiveram um alcance limitado. "Programas ambiciosos para reestruturar a dívida das famílias, como os implementados nos Estados Unidos na década de 1930 e atualmente na Islândia, podem reduzir o volume de inadimplência e execuções hipotecárias e aliviar o fardo da dívida", disse o FMI. "O caso dos Estados Unidos durante a Grande Depressão (de 1929) demonstra como dispositivos específicos podem ser implementados para assegurar que os credores aceitem de bom grado as modificações implementadas pelo governo", disse o relatório.
Para o Fundo, no caso da crise americana de 2007-2009, as modificações nos empréstimos podem abrir a porta para potenciais litígios com os investidores, o que demonstra que planos de reestruturação da dívida mal desenhados levam a uma baixa reestruturação.
O plano de Barack Obama para renegociar os termos dos empréstimos imobiliários beneficia de forma permanente a 783.000 casas, e de forma provisória a outras 69.000. O governo apontou em sua origem, em 2009, entre 3 e 4 milhões de beneficiários. O plano do governo de Franklin Roosevelt em 1933 consistia na compra de dívida dos credores hipotecários, para reestruturá-la e depois vendê-la a outros investidores. Com isso, um de cada cinco empréstimos imobiliários foi reestruturado.