postado em 10/04/2012 17:09
Rio de Janeiro ; Os cerca de 15 mil trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), localizado no município de Itaboraí, região metropolitana do estado, vão continuar em greve por tempo indeterminado. A informação foi dada nesta terça-feira (10/4) à Agencia Brasil pelo secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Montagem, Manutenção e Mobiliário de São Gonçalo, Itaboraí e Região (Sinticom), Luiz Augusto Rodrigues. Segundo ele, o movimento quer voltar a negociar com o sindicato das empresas que formam o consórcio de construção do complexo.Pela manhã, os operários fizeram uma manifestação pacífica, que foi acompanhada pela polícia. Eles ocuparam parte da pista da RJ-116, em Itaboraí e o trânsito na região chegou a ficar complicado, mas não houve registro de conflitos. Os trabalhadores reivindicam 12% de aumento no piso salarial, que hoje está em R$ 860, além do aumento do vale refeição para R$ 300. O sindicato patronal apresentou uma contraproposta na qual é oferecido um reajuste de 9%.
Desde o ano passado, os operários vem realizando paralisações pedindo aumento salarial. Até o momento, foram 24 dias sem atividades no Comperj, somando as paralisações de novembro e dezembro de 2011 e as de fevereiro e abril deste ano.
De acordo com Luiz Augusto, os dias paralisados atrasam ainda mais a conclusão da obra, que é mais um dos grandes investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. No cronograma original, o Comperj ficaria pronto neste ano, mas a data de entrega foi alterada para o segundo semestre de 2014. ;Nós temos uma média de quase 30% de atraso e cada vez atrasa mais com essas paralisações;, disse.
O Sindicato das Empresas de Engenharia de Montagem e Manutenção Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Sindecom) foi procurado para falar sobre a greve, mas, segundo uma funcionária da entidade, todos os responsáveis estavam em reunião.
A Petrobrás não quis se manifestar sobre a greve, mas informou por meio de sua assessoria de imprensa que está acompanhando as negociações entre os dois sindicatos e espera a solução do impasse, que dura quase seis meses.