Jornal Correio Braziliense

Economia

Bancos admitem reduzir juros se governo aceitar negociar exigências

Com a pressão crescente do governo federal, os bancos privados já admitem a possibilidade de reduzir as taxas de juros de empréstimos e financiamentos. Ontem, depois de uma longa reunião com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, afirmou que gigantes a exemplo de Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e HSBC devem mexer em breve em suas tabelas, como quer a presidente Dilma Rousseff. As instituições apresentaram, porém, uma lista com mais de 20 exigências para que sigam o exemplo dado pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal, que cortaram os custos das suas principais linhas de crédito. ;A bola, agora, está com o ministério;, afirmou Portugal.



Na avaliação do governo, não há nada que justifique tamanha diferença entre o que os bancos pagam aos investidores, 9,75% ao ano, em média, e os 45,7% anuais que cobram das pessoas físicas. Essa diferença, chamada de spread, é considerada uma anomalia por Dilma, por não ter precedentes no mundo. O presidente da Febraban disse, porém, que os bancos têm razões de sobra para tamanha gula. Segundo ele, ;apenas 30%; do spread representam o lucro das instituições financeiras. Os 70% restantes são custos. ;A inadimplência representa 29% do spread, a tributação e os depósitos compulsórios (que o sistema financeiro é obrigado a recolher ao Banco Central) equivalem a 26% e os custos administrativos, a 13%;, afirmou.