Agência France-Presse
postado em 11/04/2012 14:44
Madri - O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, pediu nesta quarta-feira (11/4) aos dirigentes europeus para que sejam "prudentes" em suas declarações sobre a Espanha, depois das fortes tensões geradas nos mercados financeiros, que foram aplacadas nesta quarta-feira por declarações do Banco Central Europeu (BCE) e da Comissão Europeia (CE)."Todos temos problemas e trabalhamos para solucionar os nossos, os dos espanhóis, mas também para ajudar a zona do euro (...) e esperamos que os demais façam o mesmo, que sejam prudentes em suas afirmações e que trabalhem para melhorar seu país e a zona do euro", declarou ante os deputados de seu partido. O discurso do chefe do governo espanhol fez referência a algumas declarações feitas na União Europeia (UE), mais explicitamente na noite desta terça-feira (10/4), por parte de alguns dirigentes.
Diversos organismos manifestaram mensagens tranquilizadoras sobre a Espanha nesta quarta-feira (11/4), objetivando atenuar o nervosismo nos mercados da véspera, quando as taxas de juros pagas pelo país para captar no mercado de títulos apresentaram forte alta, fazendo com que as bolsas europeias fechassem em forte queda.
Alguns dirigentes também demonstraram recentemente sua preocupação sobre a situação da Espanha. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, em campanha eleitoral, pediu o voto dos eleitores para evitar que as terríveis crises da dívida que sofrem Espanha e Grécia - tendo ambas sido governadas por socialistas - atinjam a França. Contudo, sem esperar um pedido de ajuda de Rajoy, Paris a Berlim estenderam a mão a Madri.
Um porta-voz do Ministério alemão de Finanças "lamentou" nesta quarta-feira (11/4) que os mercados "não reconheçam os enormes esforços das reformas" que estão sendo realizadas pelo executivo espanhol. A França considera "excessivos os temores que se expressam hoje sobre a saúde da economia da Espanha", insistiu a porta-voz do governo francês, Valérie Pécresse.
Contudo, a mensagem mais tranquilizadora veio do BCE e da CE. Beno;t Coeuré, membro do diretório do BCE, disse que a recente alta das taxas espanholas não era justificada pelos fundamentos de sua economia e não excluiu eventuais novas compras de dívida espanhola pelo organismo. E segundo o porta-voz da Comissão Europeia, Olivier Bailly, a Espanha não precisará de uma nova ajuda do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).
A CE recordou os esforços realizados pela quarta economia da zona do euro, como "uma importantíssima reforma do mercado de trabalho". Na véspera, a CE já havia mostrado sua satisfação com as principais linhas do orçamento de 2012, assim como as medidas adicionais nos setores de saúde e educação para economizar 10 bilhões de euros a mais.
O governo espanhol apresentou ao final de março um orçamento para 2012 de uma austeridade sem precedentes, com um orçamento que economizaria 27,300 bilhões de euros, para reduzir o déficit público de 8,51% do PIB ao final de 2011 a 5,3% para este ano.