Economia

Itália prevê queda do PIB em 2012 e adia equilíbrio orçamentário

Agência France-Presse
postado em 18/04/2012 14:56

Roma - O governo italiano ampliou nesta quarta-feira (18/4) sua estimativa de queda do PIB pra 2012 e reconheceu que não alcançará o equilíbrio orçamentário em 2013, em um comunicado divulgado ao fim do conselho de ministros.

Roma prevê uma contração de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2012, mais profunda que os 0,4% da previsão oficial de dezembro. A Itália calcula, além disso, que 2013 fechará com um déficit orçamentário de 0,5% ao invés de 0,1% previsto em dezembro.


Esta previsão está em conformidade com o Pacto Orçamentário europeu que prevê que o déficit deve ser inferior a 0,5%, recorda o texto. O governo estima que o PIB terá em 2012 uma contração de 1,2%, que voltará a ser positivo em 2013 (%2b0,5%) e que deverá acelerar-se nos dois anos seguintes (com %2b1% e %2b1,2%)", diz a nota. Com isso, a dívida pública passará de 120,3% (do PIB) em 2012 para 110,8% em 2015", diz a nota.

Segunda a nota, apesar dos progressos realizados, ainda há muito por fazer. Lutamos diariamente para evitar o dramático destino da Grécia", disse por sua vez o chefe do governo, Mario Monti.

O anúncio italiano acontece em um momento em que Espanha e Itália se encontram sob pressão dos mercados e depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter anunciado na terça-feira uma contração do PIB italiano de 1,9% para 2012 e de 0,3% para 2013.

Para o governo italiano, "a ação de reequilíbrio financeiro tem sido acompanhada pela adoção de diversas medidas de reforma destinadas a retirar os principais obstáculos que têm dificultado o potencial de crescimento da Itália", com referência à polêmica reforma do mercado de trabalho, que facilita as demissões e os planos de liberalização.

"Com base nas estimativas do governo, estas reformas deveriam aumentar o crescimento para 2,4% entre 2012 e 2020", disse Monti. Faz falta repartir o crescimento em meio a um modelo de estabilidade das finanças públicas e isso representa a via que permite uma economia social moderna e de mercado", disse Monti, que admitiu que "o crescimento é maior preocupação" dos italianos.

A Itália tem sofrido com os efeitos da falta de credibilidade nos mercados. Na quinta-feira (19/4) passada, o país emitiu títulos por quase 4,9 bilhões de euros a médio e longo prazo, com taxas de juros em forte alta na principal operação, a três anos, o que evidencia a tensão na Eurozona.

O Tesouro italiano emitiu bônus por 2,88 bilhões de euros a três anos com uma taxa de 3,89%, bem acima dos 2,76% registrados na última operação similar, de 14 de março.

O Tesouro captou ainda 395 milhões de euros com vencimento em novembro de 2015, a 3,92%; 687 milhões com vencimento em 2020, a 5,04%, e 918 milhões, a 5,5%, com vencimento em 2023.

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