Agência France-Presse
postado em 18/04/2012 15:12
Londres - As principais Bolsas europeias encerraram a sessão desta quarta-feira (18/4) com fortes quedas, lideradas por Madri, que recuou 3,99% após uma reativação das tensões na zona do euro, com o mercado preocupado principalmente com Espanha e Itália.Na véspera de uma emissão crucial de bônus a 10 anos por parte do Tesouro Espanhol, o Ibex 35 da Bolsa de Madri fechou perto da barreira psicológica dos 7.000 pontos, aos 7.079,2 pontos, com recuo de 3,99%.
Na Bolsa de Milão, o FTSE Mib fechou aos 14.580 pontos (-2,42%).
O CAC 40 da Bolsa de Paris perdeu 1,59%, para os 3.240.59 pontos.
O DAX da Bolsa de Frankfurt, por sua vez, perdeu 1,01%, para os 6.732,03 pontos e o índice FTSE-100 da Bolsa de Londres perdeu 0,38%, fechando aos 5.745,29 pontos.
As principais bolsas europeias devolveram as fortes altas registradas na terça-feira após a bem sucedida emissão de curto prazo da dívida da Espanha e pelos resultados de algumas das grandes empresas americanas.
Nesta quarta-feir (18/4) a, os mercados se mostraram tensos com relação à emissão de quinta-feira de obrigações a 10 anos do Tesouro Espanhol.
[SAIBAMAIS]A Espanha está na mira dos investidores, que continuam inquietos pela saúde da quarta economia da zona do euro, que deve pagar um preço cada vez maior para financiar-se, o que aumenta os temores de que ela tenha que ser resgatada para poder reduzir seu déficit orçamentário e sanear suas contas públicas, explicou Guillaume Garabedian, analista da Meeschaert Gestion Privee.
O setor bancário, especialmente o espanhol, se viu também prejudicado pela publicação por parte do Banco da Espanha da taxa de inadimplência dos créditos concedidos por bancos espanhóis, a qual se situou em um nível recorde de 8,15%, a maior desde 1994.
A inadimplência, índice da vulnerabilidade dos bancos, se situou nos 143,815 bilhões de euros.
As preocupações dos mercados, no entanto, não se restringem apenas à Espanha, mas também à Itália, especialmente depois que o governo italiano ampliou, nesta quarta-feira, sua estimativa de queda do PIB pra 2012 e reconheceu que não alcançará o equilíbrio orçamentário em 2013, em um comunicado divulgado ao fim do conselho de ministros.
Roma prevê uma contração de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2012, mais profunda que os 0,4% da previsão oficial de dezembro.
A Itália calcula, além disso, que 2013 fechará com um déficit orçamentário de 0,5% ao invés de 0,1% previsto em dezembro.
Esta previsão está em conformidade com o Pacto Orçamentário europeu que prevê que o déficit deve ser inferior a 0,5%, recorda o texto.
"O governo estima que o PIB terá em 2012 uma contração de 1,2%, que voltará a ser positivo em 2013 (%2b0,5%) e que deverá acelerar-se nos dois anos seguintes (com %2b1% e %2b1,2%)", conforme divulgado em nota.