Economia

Especialistas alertam para que cortes de juros não fiquem só no marketing

postado em 19/04/2012 08:28
A presidente Dilma Rousseff venceu a queda de braço com os bancos privados. Ontem, depois de duas semanas de ofensiva do governo federal para que as instituições reduzam os custos dos empréstimos, Itaú Unibanco e Bradesco, os dois maiores bancos sem participação governamental, anunciaram corte nas taxas de juros cobradas de empresas e consumidores. Eles foram os últimos do setor a seguir o exemplo dado pelos estatais, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que publicaram novas tabelas no início do mês.

[SAIBAMAIS]O Santander, que na terça-feira havia divulgado novos índices para empresas, também anunciou ontem uma nova opção de conta-corrente, com juros de cheque especial a partir de 4%. O Banco de Brasília aproveitou a oportunidade e cortou em até 50% as taxas para empresas, depois de reduzir, na semana passada, os custos para pessoas físicas.

Em meio ao embate, Dilma chegou a considerar a redução dos spreads ; diferença entre o que os bancos pagam aos investidores e o que cobram dos devedores ; uma questão de honra. Agora, apesar da vitória, analistas ressaltam que os clientes devem pressionar as instituições para que as novas tabelas sejam cumpridas e não se resumam a uma grande estratégia de marketing. ;O problema é o consumidor se entusiasmar, mudar de banco e, depois que chegar lá, perceber que as novas taxas não são para ele;, alertou Fábio Gallo Garcia, professor da Escola de Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV).

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