Agência France-Presse
postado em 19/04/2012 16:47
Buenos Aires - O governo argentino ampliou à empresa YPF Gás, distribuidora de gás butano e propano, a expropriação de 51% das ações da petroleira YPF, ambas controladas pela espanhola Repsol, de acordo com um decreto publicado nesta quinta-feira (19/4) no Boletim Oficial."A declaração de utilidade pública da maioria acionária da YPF implica em idêntica medida com relação à Repsol YPF Gás S.A. a fim de manter uma produção complementar entre tais empresas, que permitirá garantir os objetivos perseguidos pelo Estado nacional no setor de hidrocarbonetos", disse o decreto segundo o site do governo.
Esta extensão da expropriação havia sido adiantada pela agência estatal Telam na quarta-feira (18/4).
Repsol YPF Gás pertence atualmente à Repsol Butano S.A. (84.997%), a Pluspetrol S.A. (15%) e a acionistas particulares (0,003%), informa o decreto.
A empresa fraciona, embala, transporta, distribui e comercializa gás liquefeito de petróleo (GLP).
"A decisão de ampliar a desapropriação à YPF Gás, publicada nesta quinta-feira (19/4) no Boletim Oficial, é motivada pelo fato de a empresa atuar como a principal distribuidora do Programa Garrafa para Todos, que se destina a satisfazer as necessidades básicas dos setores mais pobres sem acesso à rede", justifica o governo.
O governo considerou que a Repsol YPF Gás "desempenha uma atividade essencial com relação à política de hidrocarbonetos da Argentina".
Em 2011, a Argentina importou petróleo por 9,3 bilhões de dólares e este ano estima-se que este montante subirá para pelo menos 12 bilhões de dólares, enquanto os subsídios do governo para o consumo de gás de indivíduos e empresas são gradualmente cortados.
Com os mercados de crédito fechados depois do default de 2001, as despesas para a compra de petróleo representa uma séria pressão sobre o governo argentino, que depende principalmente do superávit comercial para munir-se de moeda.
O governo de Cristina Kirchner adotou a medida após acusar a Repsol-YPF de não investir o suficiente para aumentar a produção de hidrocarbonetos, o que é exigido pelo país, fato negado pela empresa.
Na quarta-feira (18/4), o Senado vai discutir o projeto de lei de expropriação.