Hannover - O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, concluiu nesta segunda-feira (23/4) uma visita de dois dias à Alemanha para reforçar as já intensas relações econômicas entre os dois países, em particular no segmento de tecnologias verdes.
Wen e a chanceler alemã, Angela Merkel, efetuaram uma visita conjunta nesta segunda-feira à Feira de Hannover (norte), o maior salão profissional da indústria do mundo, depois de inaugurarem este evento no domingo, com a China como convidada de honra.
"O comércio bilateral entre Alemanha e China se elevou a 144 bilhões de euros no ano passado e faremos com que ele aumente ainda mais", afirmou Merkel.
A China é um contribuinte essencial do crescimento alemão. O gigante asiático constitui com um terreno de ação privilegiado para os grandes nomes da indústria como Siemens, BASF ou Volkswagen, assim como para as pequenas e médias empresas alemãs.
Enquanto que na zona do euro, destino de 40% das exportações alemãs, se debate a crise e a recessão, os mercados emergentes garantiram o crescimento das vendas alemãs no estrangeiro. Apesar de uma ligeira desaceleração do crescimento, a China continua tendo um papel predominante nesta dinâmica.
"Vamos fazer esforços para intensificar a cooperação com as empresas alemãs, na era das tecnologias verdes", declarou Wen. "Convidamos o mundo todo para participar do êxito da China", disse ele antes de prometer que continuará realizando as reformas para "facilitar o acesso ao mercado e proteger a propriedade intelectual".
Destino crucial e lugar de produção de baixo custo, a China é um crescente competidor para as indústrias alemãs. Contudo, até o momento, o fluxo de investimentos continua sendo maior por parte dos alemães, que investiram 22 bilhões de euros na China no ano passado, contra 629 milhões de euros investidos pelos chinesas na Alemanha.
A presença da China em Hannover é a maior que o país já levou a um salão estrangeiro, com 500 expositores, em particular na área industrial e as tecnologias verdes, uma área de competência tipicamente alemã.
Depois de Hannover, Wen e Merkel foram a Wolfsburgo, sede de Volkswagen, onde a fabricante alemã anunciou o prolongamento por outros 25 anos de sua associação com o chinês FAW, e apresentou um projeto para abrir uma nova fábrica em Xinjiang.
A China é o primeiro mercado do grupo, à frente até mesmo da Alemanha. A Volkswagem prevê investir 14 bilhões de euros entre 2012 e 2016 na China.
A visita de Wen à Alemanha é a segunda etapa de uma visita à Europa de uma semana, que já contou com Islândia e incluirá Polônia e Suécia.