Agência France-Presse
postado em 30/04/2012 16:36
Santiago de Compostela - O governo espanhol considera que a "austeridade e o crescimento" são compatíveis e que o país não recorrerá à ajuda exterior para recapitalizar seus bancos, afirmou nesta segunda-feira (30/4) o ministro da Economia, Luis de Guindos, ante seu homólogo alemão, que elogiou os esforços espanhóis."O governo espanhol crê que não existe incompatibilidade entre o ajuste orçamentário e o crescimento econômico", disse De Guindos durante coletiva de imprensa conjunta com o ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schauble, após ambos assistirem a um seminário organizado pela Fundação Konrad Adenauer, em Santiago da Compostela (Galícia, noroeste).
"Este ajuste orçamentário é inevitável para o estabelecimento de alguns fundamentos sólidos e um financiamento suficiente do crescimento econômico em nosso país", disse o ministro espanhol.
Considerando "impressionantes" as reformas empreendidas pela Espanha, Wolfgang Schauble afirmou, por sua vez, que a Espanha está no caminho correto. "Precisamos de uma Espanha forte", disse.
Ponto fraco do panorama econômico espanhol desde o estouro da bolha imobiliária de 2008, o setor financeiro concentra uma grande parte das preocupações dos mercados.
Contudo, segundo De Guindos, a reforma financeira colocada em prática pelo governo conservador em fevereiro, que implica em um novo esforço de provisões de 53,8 bilhões de euros por parte dos bancos, bastará para saneá-los.
"A Espanha não possui nenhuma intenção de pedir ajuda ao FEEF (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira) e nem a nenhuma outra instância para recapitalizar os bancos", afirmou.
O país considera, no entanto, a possibilidade de criar uma agência que reagrupe os ativos imobiliários de seus bancos para sanear seus balanços, disse o Ministério da Economia à AFP nesta segunda-feira.
Seria "algo positivo para os bancos, que poderiam se concentrar em seus negócios bancários, mais que em desempenhar papel de imobiliária", disse De Guindos.
O Banco da Espanha revelou na sexta-feira que o setor bancário espanhol acumulava ao final de 2011 184 bilhões de euros em ativos imobiliários problemáticos, ou seja, 60% de sua carteira.