postado em 03/05/2012 20:01
Rio de Janeiro - A decisão do governo federal de atrelar a remuneração da poupança à taxa básica de juros (Selic) foi ;uma boa solução, tecnicamente adequada;, disse nesta quinta-feira (3/5) à Agência Brasil o economista Luiz Roberto Cunha, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). [SAIBAMAIS]A medida, segundo ele, abre espaço para uma possibilidade de diminuição maior da Selic. O economista observou que caso a mudança não tivesse sido feita, as chances de reduzir mais a Selic seriam diminuídas.
Segundo Cunha, a caderneta de poupança continua tendo uma remuneração adequada na concorrência com outros ativos financeiros. ;E se você tiver que ter uma alta da Selic, por alguma razão, como inflação mais alta, não dará à poupança um ganho maior do que ela tinha no passado;.
A grande razão da medida anunciada pelo governo, avaliou, é que ela tirou um impedimento forte para a possibilidade de uma redução maior da taxa básica de juros. ;Não quer dizer que isso vai ocorrer, embora o mercado esteja acreditando nisso. Mas você tirou um impedimento técnico, de mercado, que havia, que era a remuneração da poupança;.
Cunha esclareceu que se houvesse uma diminuição da Selic abaixo de 8,5%, a poupança iria atrair aplicações financeiras em volume muito alto, o que faria o mercado de aplicações financeiras ficar ;desbalanceado;. Acrescentou que não há razão para todo mundo aplicar na poupança. ;Então, você criou um mecanismo técnico que liberou a possibilidade, se as condições permitirem, de redução maior da Selic, sem que o aplicador da poupança seja prejudicado;.
O economista explicou que quando a Selic cai, todas as outras aplicações financeiras de juros têm remuneração menor. Por isso, disse que não havia razão para o aplicador na poupança ter uma remuneração garantida mais alta.