Agência France-Presse
postado em 08/05/2012 18:39
Berlim - Joerg Asmussen, membro do Conselho Executivo do Banco Central Europeu (BCE), pediu nesta terça-feira (8/5) à França e à Grécia para que cumpram seus compromissos de redução do déficit público, depois da oposição aos ajustes expressa nas eleições desses dois países da zona do euro."Espero que a França aplique sem mudanças o pacto fiscal", disse Asmussen, de nacionalidade alemã, em declarações para a edição de quarta-feira do jornal Handelsblatt.
O responsável rejeitou a proposta do presidente eleito da França, o socialista François Hollande, de renegociar o pacto fiscal da União Europeia (UE) baseado na necessidade de reduzir os déficits para dar mais espaço a políticas de desenvolvimento.
"Tem que ficar claro que o pacto fiscal - somado a um elemento de crescimento - não deve debilitar sua essência", disse, ecoando comentários similares da chefe do governo alemão, Angela Merkel.
O presidente do BCE, Mario Draghi, se pronunciou em várias ocasiões sobre acrescentar um "pacto de crescimento" ao pacto orçamentário. Mas esse "pacto", sempre esclareceu, repousa em reformas estruturais como a liberalização do mercado trabalhista e o equilíbrio das finanças públicas, e não em estímulos de crédito.
Asmussen descartou, por outro lado, qualquer flexibilização dos ajustes impostos para resgatá-la financeiramente.
"Tem que ficar claro que a Grécia não tem nenhuma alternativa ao programa de reestruturação se quiser continuar sendo membro da zona do euro", alertou.
Os dois partidos da coalizão governamental grega - conservadores e socialistas - que entraram em acordo com os ajustes sofreram uma dura derrota nas legislativas de domingo, sem conquistar o número de assentos necessários para formar um novo gabinete.