Economia

Chanceler italiano pede que América Latina evite protecionismo comercial

Agência France-Presse
postado em 10/05/2012 12:57
Roma - O ministro de Relações Exteriores italiano, Giulio Terzi, pediu nesta quinta-feira (10/5) em Roma aos países da América Latina para que evitem as práticas protecionistas no comércio internacional, em uma condenação indireta às medidas tomadas recentemente por países como Argentina, Venezuela e Bolívia.

O pedido da chanceler foi feito durante a abertura de uma reunião com todos os embaixadores da região e foi realizada na nova sede do Instituto Ítalo-Latino-Americano (IILA) da capital italiana. Para ele, é preciso uma mudança de mentalidade na relação entre Itália e América Latina, visto que as práticas protecionistas reduzem o comércio internacional a um jogo de soma zero. Segundo o chanceler, a Europa dos anos 30 e a América Latina da década de 70 e 80 têm vivido a instabilidade política e social, favorecida pelas distorções do mercado geradas pelas barreiras protecionistas".

Após a reunião, Terzi declarou à imprensa que seu discurso não foi uma crítica direta à Argentina, país que acaba de expropriar a espanhola Repsol em 51% do capital da petroleira YPF para aliviar seu crescente déficit energético. Ante os embaixadores, o chanceler disse que "gradativamente e tendo em conta as repercussões sociais, os governos devem comprometer-se a favor da progressiva superação dos vínculos tarifários e não-tarifários".

O chanceler afirmou ainda que o papel dos investimentos privados é estratégico para as relações entre Itália e América Latina e insistiu na necessidade de que os investimentos sejam sérios e responsáveis e sobretudo juridicamente seguros. Terzi convidou aos diplomatas da região, que está crescendo economicamente a um ritmo médio de 5%, a investir na Itália e a colaborar como sócios para entrar nos mercados de África e Ásia. Ele recordou que as maiores empresas italianas estão massivamente presentes na América Latina e mencionou Telecom, Fiat, Pirelli, Impregilo Astaldi, Eni e Enel, que após adquirir a Endesa se converteu no maior produtor de energia da zona.

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