Economia

Nacionalização parcial do Bankia não impede queda das ações

Agência France-Presse
postado em 10/05/2012 15:48
Madri - A nacionalização parcial do Bankia, o quarto banco da Espanha e o mais exposto entre os grandes aos ativos imobiliários tóxicos, anunciada na quarta-feira por Madri, não foi capaz de conter o recuo de seus papéis nesta quinta-feira (10/5).

Após cair 3,5% durante a sessão, a ação de Bankia recuperou terreno ao final da sessão e fechou em queda de 1,17%, em um mercado que registrou a maior alta do ano, de 3,42%, devido principalmente à disparada de papéis de bancos como Santander e BBVA, que subiram 5,99% cada.

O governo espanhol anunciou na quarta-feira que o Estado espanhol iria assumir o "controle" do Bankia, instituição financeira muito exposta a ativos imobiliários, através da conversão da ajuda pública recebida do Fundo Reestruturação Bancária (FROB) em 2010.

De Bruxelas, a Comissão Europeia tomou nota da injeção de capital público e reafirmou que a entidade terá que apresentar uma reestruturação.

"Como temos feito desde o início da crise, as ajudas públicas aos bancos podem ser autorizadas pela Comissão quando for necessário para preservar a estabilidade financeira, com a condição de que se apresente posteriormente um plano de reestruturação do banco", afirmou o porta-voz da CE, Antoine Colombani.

Segundo o Ministério da Economia, como resultado da conversão, o FROB será o titular indireto de 45% do capital do Bankia, assumindo seu controle.

O FROB havia concedido em 2010 uma ajuda de 4,465 bilhões de euros por meio de participações na BFA, casa matriz do Bankia, que agora se converterão em ações.

O Ministério da Economia "vai promover os trâmites para a conversão em capital das participações preferenciais que o FROB possui na BFA", o que irá torná-lo o maior acionista tanto da BFA como do Bankia, destaca o comunicado.

"Esta decisão resultará na tomada do controle, mas não é uma intervenção estatal na entidade", salientou o ministério da Economia.

O Bankia é, entre os grandes bancos espanhóis, o mais exposto ao setor imobiliário: 37,5 bilhões de euros no final de 2011, dos quais 31,8 bilhões são considerados problemáticos, como créditos que poderão não ser honrados ou casas, prédios e terrenos confiscados.

A decisão de pedir a entrada do Estado no capital do Bankia foi a primeira medida do novo presidente da entidade, José Ignacio Goirigolzarri, que na quarta-feira substituiu Rodrigo Rato.

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