Economia

Crescimento econômico nulo no 1º trimestre evita recessão na Eurozona

Agência France-Presse
postado em 15/05/2012 10:24
Bruxelas - A Eurozona registrou um crescimento nulo (0,0%) no primeiro trimestre de 2012, após uma queda de 0,3% do PIB no trimestre anterior, segundo uma primeira estimativa divulgada pela Eurostat, a agência de estatística europeia. Os dados divulgados pela Eurostat são melhores do que os projetados pelos analistas (-0,2%) e permitem, por pouco, que a zona do euro evite a recessão, que tecnicamente é definida por dois trimestres consecutivos de PIB negativo.
[SAIBAMAIS]
O Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia caiu 6,2% em ritmo anual no primeiro trimestre de 2012, após uma queda de 7,5% no último trimestre de 2011, segundo as primeiras estimativas oficiais de Atenas. Em março, o Banco Central grego advertiu para o risco de uma recessão mais forte que a esperada este ano, com uma queda estimada do PIB de 4,5%. Em 2011, o PIB retrocedeu 6,9%.

A Itália, terceira economia da Eurozona, continuou em recessão no primeiro trimestre de 2012, com uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,8% na comparação com o período anterior, anunciou o instituto de estatísticas Istat. A economia italiana, paralisada pela crise da dívida e por sucessivos programas de ajuste para tranquilizar os mercados, entrou oficialmente em recessão no início do ano, após a contração do PIB durante dois trimestres consecutivos (-0,7% no quarto trimestre de 2011 e -0,2% no terceiro).

De acordo com a Eurostat, a Espanha voltou a entrar formalmente em recessão, depois de uma queda de 0,3% no primeiro trimestre do ano. Na Alemanha, a economia registrou crescimento de 0,5% no primeiro trimestre, na comparação com o período anterior. Na França, o resultado foi nulo nos primeiros três meses do ano.

Jennifer McKeown, da Capital Economics, disse que o grupo continua dependente da Alemanha. Mesmo nesse país, os analistas esperavam uma recuperação mais modesta, de 0,1%, após um retrocesso do PIB de 0,2% no trimestre anterior. Em uma brecha que se faz cada vez mais ampla, os países submetidos à pressão dos mercados sofrem com a saída de capitais e com uma política monetária restritiva, enquanto que países como Alemanha, que passaram anos aplicando reformas econômicas, economizando e exportando a outros países, recebe entrada de capitais e uma política monetária ultra expansiva.

Dos países resgatados (Grécia, Irlanda e Portugal), a Eurostat divulga informações apenas sobre Portugal. Segundo as primeiras estimativas publicadas pelo escritório de estatísticas grego, o PIB da Grécia caiu 6,2% interanual no primeiro trimestre de 2012, após registrar uma queda de 7,5% no último trimestre de 2011. Trata-se do quinto ano consecutivo de recessão na Grécia, que está imersa em uma grave crise política.

Nas eleições legislativas de 6 de maio, o eleitorado grego votou majoritariamente contra as medidas de austeridade exigidas pela UE e pelo FMI em troca de multimilionários empréstimos ao país. Com a construção em ponto morto, a economia espanhola também acusou o golpe. Sem este motor, o país oscila desde então entre a recessão e um crescimento fraco, com uma taxa de desemprego recorde (24,44%).

A economia italiana, paralisada pela crise da dívida e por sucessivos programas de ajuste para tranquilizar aos mercados, é outra das que entrou oficialmente em recessão no início do ano. Assim como a Espanha, o país tem sido muito castigado nos últimos dias pelos mercados. Segundo analistas, a zona do euro não seguirá adiante caso esses desequilíbrios continuem.

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