Economia

Novas eleições na Grécia geram nervosismo nos mercados e na Eurozona

Agência France-Presse
postado em 16/05/2012 12:26

Atenas - A Grécia, imersa em uma profunda recessão e em um caos político, celebrará novas eleições legislativas no dia 17 de junho, a segunda em menos de dois meses, gerando forte nervosismo nos mercados e multiplicando as tensões na zona do euro e entre seus líderes políticos. Segundo a agência de notícias grega Ana (semioficial), as eleições legislativas serão celebradas em 17 de junho com um primeiro-ministro de "serviço" (temporário), o presidente do Conselho de Estado Panayiotis Pikramenos, afirma a agência.

As eleições são cruciais para o país em um momento de sucesso da esquerda e dos partidos extremistas contrários à política de austeridade exigida pelos credores do país, União Europeia (UE), Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), em troca de um plano de ajuda. As principais forças políticas do país não conseguiram chegar a um acordo para formar um Executivo de coalizão após as eleições de 6 de maio, nas quais nenhum partido conseguiu a maioria necessária para governar.

A situação política e econômica na Grécia provoca alerta na Europa, onde crescem as dúvidas sobre a permanência do país na Eurozona. Contudo, o novo presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, defenderam a permanência do país heleno na zona do euro após seu primeiro encontro, realizado ontem, em Berlim.
[SAIBAMAIS]
O ministro alemão de Finanças, Wolfgang Sch;uble, por sua vez, afirmou que o plano de ajuda à Grécia, que exige em troca medidas de austeridade no país, não pode ser renegociado. Também o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, negou qualquer mudança no plano de resgate aprovado para a Grécia. Já o primeiro-ministro espanhol, o conservador Mariano Rajoy, afirmou nesta quarta-feira que a saída da Grécia da Eurozona seria um "erro maiúsculo" e uma notícia ruim, no momento em que a Espanha, sob a pressão dos mercados, preocupa os investidores. Rajoy também pediu que a União Europeia defendesse a solidez das contas públicas dos países membros.

Para o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, o desejo da instituição é que a Grécia permaneça no euro, mas não cabe ao BCE decidir. Draghi alertou sobre os efeitos não tangíveis que seriam gerados pela saída de um de seus membros e disse que o BCE continuará exercendo suas funções, independentemente do que aconteça.

Contudo, muitas figuras políticas comentaram sobre a possibilidade de a Grécia deixar a moeda única esta semana. O presidente do Banco Central da Bélgica, Luc Coene, foi um deles. Ele declarou ao jornal econômico britânico Financial Times sobre a possibilidade de um "divórcio amistoso". A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, também aventou essa possibilidade pela primeira vez.

O partido grego Syriza fala abertamente de "anular" as medidas de rigor impostas pela UE e pelo FMI em troca de multimilionários empréstimos ao país. O anúncio de uma nova eleição fez o euro cair na terça-feira abaixo dos 1,28 dólar pela primeira vez em quatro meses.

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