Agência France-Presse
postado em 25/05/2012 13:50
Paris - Dentro de cinco anos, a China poderá converter-se no maior sócio comercial da América Latina graças ao aumento das exportações de países como Colômbia ou Argentina, afirmou nesta sexta-feira (25/5) o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno."O maior sócio comercial do Brasil é a China, o maior sócio comercial do Chile há tempos é a China e o ritmo de negócios de países como Colômbia e Argentina com o país asiático tem crescido significativamente", disse Moreno em um fórum de políticas econômicas celebrado em Paris. [SAIBAMAIS]
O presidente do BID - organismo que financia projetos de desenvolvimento econômico e social na região, explicou o aumento das exportações à China devido a necessidade do país asiático de produtos básicos.
"A China é hoje uma economia de grande peso, principalmente na América do Sul, porque possui uma grande demanda de produtos básicos que a América do Sul possui de forma abundante", explicou Moreno. O presidente, no entanto, descartou a possibilidade de uma dependência para as economias da região.
"A América Latina possui hoje um fluxo comercial diversificado. Há dez anos, os EUA representavam 60% do comércio com a região e hoje são 38%. A Europa deve representar cerca de 12% ou 13%", disse. Segundo Moreno, uma das prioridades da América Latina é a integração e o desenvolvimento do comércio dentro da região, que atualmente representa 18% e que pode chegar a dobrar de tamanho, segundo suas previsões.
O presidente do BID também evocou a crise da dívida financeira na Europa e afirmou que a experiência da América Latina poderia ser útil para a situação atual do velho continente. "A América Latina tem PhD (Philosophy Doctor) em crises financeiras. Em um espaço de 25 anos, tivemos cerca de 31 crises financeiras e a maneira de crescer e sair da crise foi para muitos países a via da exportação", recordou.
Segundo Moreno, os países que reagiram melhor em tempos de crise foram os que implantaram reformas estruturais que apontavam para o crescimento e que ao mesmo tempo fizeram ajustes orçamentários.
Luis Alberto Moreno participou junto a representantes de vários países latino-americanos de um fórum coorganizado pelo BID e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), na qual foram abordadas as estratégias regionais para fazer frente à crise dos países ricos.