Agência France-Presse
postado em 29/05/2012 13:23
Madri - O governo espanhol aprovará na sexta-feira (1;/6) a "mutualização" das emissões da dívida das regiões para "reduzir a pressão" sobre estas comunidades autônomas, que têm cada vez mais problemas para obter financiamento nos mercados, anunciou uma porta-voz do Ministério da Economia.Segundo a fonte, a mutualização possui a garantia do Tesouro e terá a forma de "hispanobônus": "o objetivo é reduzir a pressão sobre as regiões, que é maior que a pressão sobre o Estado de maneira geral. Inclusive há regiões que não podem ir aos mercados para obter financiamento", disse.
[SAIBAMAIS]
As 17 regiões autônomas, que desfrutam de grande autonomia, têm sido uma fonte constante de preocupações nos mercados, apontadas como responsáveis por três quartos do desvio orçamentário da Espanha em 2011. O país registrou um déficit público de 8,9% do PIB, ao invés dos 6% prometidos, e as regiões, que haviam se comprometido a alcançar 1,3%, registraram um déficit acumulado de 2,94%.
Este anúncio chega em um momento de extrema tensão nos mercados para a Espanha, que terá que realizar o resgate público mais caro de sua história, injetando 23,5 bihões de euros no Bankia, o quarto maior banco do país. O setor bancário é outra fonte de preocupação para os investidores, fragilizado após o estouro da bolha imobiliária de 2008.
Para sanear o Bankia, a porta-voz do Ministério confirmou nesta terça-feira que a prioridade é ir ao mercado, o que significa que Madri estaria mais disposto a lançar uma emissão de obrigações do que injetar diretamente títulos da dívida pública, uma opção que foi considerada durante muito tempo.
Com isso, a Bolsa de Madri apresentava queda no fim da manhã (local) após ter fechado na segunda-feira em seu nível mais baixo desde 27 de maio de 2003: às 11h36 GMT (8H36 de Brasília), o índice Ibex-35 dos principais valores da Bolsa de Madri perdia 2,55%, para os 6.237,80 pontos. No mercado de obrigações, a taxa de risco espanhola (juros pagos para financiar-se a dez anos com relação à taxa alemã, de referência) alcançou novo recorde desde a criação da zona do euro, a 515,5 pontos.