postado em 30/05/2012 16:50
São Paulo ; Os setores do comércio e serviços foram os principais responsáveis por segurar a taxa de desemprego em abril nas sete regiões metropolitanas analisadas na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED). Segundo os dados, na comparação com abril do ano passado, o nível de ocupação aumentou 6,3% no comércio, com 198 mil postos de trabalho criados e, no setor de serviços, o aumento foi 1,8%, com 195 mil novas vagas.Segundo a pesquisa mensal, divulgada nesta quarta-feira (30/5) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o setor da construção civil criou 86 mil empregos, um aumento de 6,8%, mas caiu 1,2%% na indústria, eliminando 37 mil postos de trabalho.
Entre abril de 2011 e abril de 2012, o nível de ocupação no mercado como um todo cresceu 2,6%, com a criação de 513 mil empregos. Com isso, a taxa de desemprego passou de 11,1% para 10,8%. Na comparação entre os meses de abril, houve elevação do nível de ocupação em Recife (6%), Salvador (4,8%), Belo Horizonte (3,2%), Fortaleza (2,8%), Distrito Federal (2,7%), São Paulo (1,8%) e Porto Alegre (1,7%).
Com relação a março deste ano, o nível de desemprego ficou estável em abril, com 2.428 mil desempregados nas sete regiões. O total de ocupados foi estimado em 19.959 mil pessoas e a População Economicamente Ativa (PEA), em 22.387 mil. Por setor, o nível ocupacional diminuiu nos serviços, com menos 70 mil postos de trabalho (-0,6%); indústria, menos 7 mil (-0,2%); comércio, mais 3 mil empregos (0,1%); outros setores, mais 54 mil (3,6%); e construção civil, com mais 11 mil (0,8%).
De acordo com a técnica do Dieese, Ana Maria Belavenuto, o resultado de abril pode estar ligado à crise econômica internacional da qual a Europa ainda não se recuperou. ;Olhando o contexto, poderia ter sido pior, mas, de qualquer forma, o mercado de trabalho sentiu os efeitos porque já era um período em que deveria mostrar uma queda maior da taxa de desemprego;.
Ela destacou que a indústria teve desempenho ruim na maioria das regiões. ;O que vem segurando o mercado de trabalho é o setor de serviços e comércio talvez porque a renda, apesar de não ser ainda muito alta, vem permitindo que as famílias consumam mais produtos internamente;.
Ana Maria destacou que é difícil fazer previsões para o restante do ano, pois o desempenho do emprego depende de diversos fatores não só internos, como externos. ;As principais economias ainda estão em ritmo lento de crescimento. Isso reflete na economia brasileira, que está integrada nesse comércio internacional;. Na avaliação da técnica do Dieese, as últimas medidas tomadas pelo governo ainda não refletiram em abril e ainda não é possível prever quais seus impactos no mercado de trabalho. ;São medidas de curto prazo para amenizar efeitos;.