postado em 31/05/2012 08:48
[SAIBAMAIS]As indústrias responsáveis por cerca de 80% das emissões de dióxido de carbono empregam pouco mais de 8% da força de trabalho nos países industrializados, segundo o relatório Rumo ao Desenvolvimento Sustentável: Oportunidades de Trabalho Decente e Inclusão Social em uma Economia Verde. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (31/5), mostra que o atual modelo de desenvolvimento não tem mais eficiência na geração de emprego e trabalho decente no mundo.Especialistas de quatro organismos internacionais ligados ao mercado de trabalho e à questão ambiental dizem que ;uma parte dessas pessoas pode perder seus empregos se não forem adotadas políticas adequadas para promover os empregos verdes;. Segundo estimativas apresentadas no documento, se os países insistirem nos moldes de produção e consumo de hoje, em duas décadas o nível de produtividade dos países, em todo o mundo, cairá 2,4%. Outros estudos citados no documento mostram ainda que, associado ao impacto no mercado de trabalho, o atual modelo econômico vem produzindo perdas constantes dos ecossistemas que começam a afetar a produção.
De acordo com o relatório, no setor de pesca, por exemplo, os trabalhadores vão sofrer, temporariamente, os efeitos com a sobrepesca, o que pode exigir a redução de capturas para permitir a recuperação dos estoques. Na atividade, 95% dos 45 milhões de trabalhadores empregados são pescadores artesanais em países em desenvolvimento. ;O uso excessivo dos recursos naturais já provocou grandes perdas, incluindo mais de 1 milhão de empregos para os trabalhadores florestais, principalmente na Ásia, devido a práticas inadequadas de gestão sustentável das florestas;, alertam os pesquisadores.
Se, de um lado, a pesquisa aponta expectativas negativas sobre o mercado de trabalho, por outro indica que mudanças de padrões econômicos, com estímulos e políticas para a implantação de uma economia verde, permitem outro cenário. No setor da agricultura, que emprega mais de 1 bilhão de trabalhadores no mundo, inclusive produtores familiares, o estudo mostra que mudanças nas práticas podem garantir segurança alimentar, tirar milhões de pessoas da pobreza e reduzir a migração das zonas rurais para os centros urbanos.