Economia

BCE defende união bancária europeia para evitar casos como o do Bankia

Agência France-Presse
postado em 31/05/2012 13:52
Bruxelas - O chefe do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, rejeitou nesta quinta-feira (31/5) uma maior intervenção desta entidade nos mercados, como pediu a Espanha, mas defendeu a criação de uma "união bancária" da zona do euro para evitar que se repitam casos como o do espanhol Bankia.

As declarações do chefe do BCE acontecem em plena agitação financeira na Espanha. A reativação da tensão dos mercados, provocada pelo anúncio do resgate público do Bankia por 23,5 bilhões de euros, desatou pânico nos mercados e a taxa de risco, que mede o nível de confiança na solvência de um país, bateu recorde de baixa na Espanha, tocando os 542 pontos.
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Neste contexto, cresce a incerteza sobre a recapitalização e o saneamento do setor financeiro espanhol. Muitos especialistas e dirigentes europeus pensam que é muito difícil que a Espanha consiga financiar-se sem recorrer à ajuda externa. Para ele, o Bankia, terceiro maior banco do país em número de ativos, mostra que o problema foi subestimado. "Nós enfrentamos a necessidade de recapitalização; é melhor pecar por excesso que por defeito", acrescentou.

Na mesma linha da Comissão Europeia (CE), Draghi propôs uma "união bancária" baseada em três pilares: um fundo de garantia de depósitos comum, um fundo de resolução que sirva para tratar com os bancos em dificuldades e uma maior centralização da supervisão bancária.

A Comissão Europeia urgiu ao governo espanhol de Mariano Rajoy que lhe "comunique" o plano de resgate do Bankia, o mais caro da história do país, porque "quanto antes forem eliminadas as incertezas, melhor". Bruxelas pediu ao governo espanhol para que apresente logo os orçamentos para 2013-2014, principalmente das comunidades autônomas, consideradas como as principais responsáveis pelos desvios na Espanha.

A agência de classificação financeira Fitch rebaixou nesta quinta-feira a nota de oito regiões autônomas espanholas, entre elas Madri, e considera a possibilidade de rebaixá-las ainda mais, devido aos seus déficits orçamentários estruturais. Além de Madri, foram afetadas Múrcia, Astúrias, Andaluzia, País Basco, Canárias e Cantábria, e a decisão acrescenta uma perspectiva negativa, o que significa que a agência deve revisar sua nota à baixa a médio prazo.

A diminuição da nota chega em um momento no qual a Espanha vive grande tensão nos mercados e que o governo publicará na sexta-feira as contas das comunidades autônomas do primeiro trimestre do ano. A publicação estava prevista para esta quinta-feira, mas foi adiada em um dia pelo ministério da Fazenda. As principais bolsas europeias, no entanto, abriram em alta nesta sessão, antes do referendo na Irlanda sobre o pacto europeu de estabilidade fiscal, crucial para a Eurozona.

Para evitá-la, Rehn pediu aos países membros para que atuem em três frentes: consolidação orçamentária, reformas estruturais e apoio aos investimentos. Da Alemanha, a chefe do governo, Angela Merkel, pediu que a Europa fizesse mais esforços para sair da crise.

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