Economia

Espanha solicitará ajuda europeia para bancos, sem austeridade extra

Agência France-Presse
postado em 09/06/2012 16:01

A Espanha solicitará ajuda financeira europeia para sanear seu setor bancário, anunciou neste sábado o ministro de Economia, Luis de Guindos, negando-se a comentar o montante da ajuda, ao término de uma teleconferência do Eurogrupo.

O financiamento europeu implicará em uma injeção de capital no fundo público espanhol de ajuda ao setor bancário, que, por sua vez, o injetará nos bancos que o necessitem, explicou o ministro.

O ministro se esforçou em deixar claro que "não haverá nenhum resgate à Espanha", precisando que o financiamento será dirigido à parcela de 30% dos bancos espanhóis que têm mais dificuldades, eleitos pelo relatório do FMI publicado na sexta-feira à noite.

"O governo espanhol declara sua intenção de solicitar ajuda financeira europeia para a recapitalização dos bancos que precisarem", afirmou De Guindos.

"O montante do financiamento deve cobrir as necessidades de capital com uma margem de segurança adicional, com uma soma estimada em até 100 bilhões de euros no total", anunciou o Eurogrupo em um comunicado.

Segundo De Guindos, em troca deste financiamento - que o fundo público espanhol de ajuda ao setor injetará nas entidades que o solicitarem - não haverá nenhum tipo de condições de reformas econômicas fora do âmbito do setor financeiro.

"As condições serão impostas aos bancos, não à sociedade espanhola", disse, negando que esta ajuda implique em novas medidas de austeridade.

"Não há condições de ajuste nem de gasto público, apenas condições para os bancos, unicamente", reiterou.

O relatório estimou em ao menos 40 bilhões de euros as necessidades do setor, mas o Eurogrupo se declarou disposto a dar à Espanha "uma soma estimada em até 100 bilhões de euros no total".

"Trata-se de uma cifra máxima com ampla margem de segurança", disse De Guidos.

Antes de formular sua petição, Madri esperará o resultado da auditoria dos bancos espanhóis realizada pelas empresas alemãs Roland Berger e americana Oliver Wyman, que deverá receber em 21 de junho no mais tardar.

"Não há nenhum tipo de condição macroeconômica, nenhum tipo de condição fiscal, nenhum tipo de reforma econômica fora do âmbito do setor financeiro", afirmou o ministro.

O setor bancário espanhol, no centro das incertezas com relação à Eurozona, está debilitado desde o estouro da bolha imobiliária em 2008 e alguns dos bancos carregam uma pesada carga de ativos tóxicos, entre créditos de reembolso duvidoso, imóveis e terrenos confiscados em um mercado desvalorizado.

"Graças a esta ajuda se dissiparão as dúvidas e serão cobertas as necessidades dos bancos espanhóis", afirmou De Guindos. "Esta decisão manifesta o absoluto compromisso dos países do euro com o projeto do euro", afirmou.

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