postado em 11/06/2012 07:14
O megainvestidor Warren Buffett, terceiro homem mais rico do mundo, sabe como poucos o segredo da multiplicação do dinheiro. Não à toa, suas declarações ganham dimensões extraordinárias por mais irrelevantes que sejam. Pois veio de Buffett uma frase que traduz de forma simples e clara o Brasil de hoje: ;Quando a maré baixa é que descobrimos quem estava nadando nu;. Até o fim de 2010, o país, mesmo com todas as suas deficiências, tirou proveito do maior ciclo de crescimento global em três décadas. Mas bastou o planeta botar o pé do freio e afundar em uma recessão que pode durar anos, para que a economia brasileira revelasse a sua face real. Sem transformações estruturais de longo prazo, agarrada ao imediatismo, mantém o pé na mediocridade que a condena a crescer aquém do seu potencial e de suas necessidades.O resultado desse quadro desolador se reflete nas estimativas do mercado e do próprio governo, que insiste no discurso de que o país já recuperou as forças e está pronto para avançar entre 4% e 5% ao ano. Diante do que se vê na indústria e no varejo, e mesmo no setor agrícola, se o Produto Interno Bruto (PIB) crescer entre 2% e 2,5% neste ano, a presidente Dilma Rousseff terá que se dar por satisfeita. Apesar de sua fama de boa gestora, não conseguiu tirar do papel as reformas que atacariam os velhos entraves ao desenvolvimento sustentado. Limitações na infraestrutura de transportes, pesados custos de produção e enorme burocracia para os negócios vão produzir o segundo PIB raquítico de sua administração. Pior: mesmo com toda a pressão do setor privado por ações concretas pró-crescimento, é possível que os próximos dois anos consolidem o chamado voo de galinha.